23/09/2009

A INQUISIÇÃO EM PORTUGAL: O REI MAGNÂNIMO

Corre a época do “magnânimo”, do “Cristianismo”, do rei freirático e frascário, D. João V. e continua o mesmo coro selvático de gritos de dor nas masmorras das quatro covas da fera! Nos salões do Paço da Ribeira não entra o cicio de um só gemido, que se escapasse dos Estaus, que enganasse a atenta vigilância de D. Nuno da Cunha, o inquisidor-geral, e tocasse no coração de Dª Mariana de Áustria!... Desapareciam a cada passo, barra fora, a caminho do Brasil, as levas de condenados pela Inquisição e, durante o reinado afrodosíaco do amante da Madre Paula, milhares de vitimas foram condenadas à fogueira!
Um século antes, em 1620 era atormentado Baltasar Estaco, entre outras coisa, por se lhe terem metido na cama, várias vezes, para o aquecerem, mulheres-donzelas, despidas!... Nas covas das quatro inquisições de Portugal continuavam a quebrar-se os ossos aos hereges… E D. João V, o que fez fabricar em Roma a capela de S. João Baptista da Igreja de S. Roque, o monarca devoto, que por tanta devoção recebeu do papa o título de fidelíssimo (!), o que foi tão magnifico em coisas de religião, além de viver amancebado com a Madre Paula, enchia-se de dormir, perfumado de incenso, entres as carnes provocantes de todas as freiras de Odivelas!
"Em 1715, aceitando convite do papa Clemente XI, fez armar uma frota para defender Corfu. Foi comandada por Lopo Furtado de Mendonça, conde do Rio Grande. Tal socorro foi impedido pelos ventos de chegar a tempo, voltando a entrar na barra do Tejo. Obteve porém grande vitória no ano seguinte no cabo de Matapão. A criação da basílica Patriarcal, em Lisboa, em 1717, se deve muito a tal êxito. Roma, aliás, sempre foi para D. João V o verdadeiro fiel da balança européia, Portugal sendo um país em que Estado e Igreja continuavam a ser um bloco homogêneo. Houve conflito em 1720, melhorado em 1730 com a eleição de Clemente XII e o reatamento diplomático. Em 1747 D. João alcançou grande vitória ao lhe ser concedido o título de «Fidelíssimo» pela Cúria."