29/01/2009

QUEM É A PEDRA DE MATEUS 16:18?


Vamos analisar o texto de Mateus 16:15-19:
"15 Mas vós, perguntou-lhes Jesus, quem dizeis que eu sou? 16 Respondeu-lhe Simão Pedro: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. 17 Disse-lhe Jesus: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to revelou, mas meu Pai, que está nos céus. 18 Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela; 19 dar-te-ei as chaves do reino dos céus; o que ligares, pois, na terra será ligado nos céus, e o que desligares na terra será desligado nos céus."

Estas palavras foram pronunciadas por Jesus quando Ele e os discípulos estavam caminhando para Cesaréia de Filipe, logo após a Sua pergunta: "Quem diz o povo ser o Filho do homem?" Mat. 16:13.

Após várias respostas, Pedro falou: "Tu és o Cristo, e Filho do Deus vivo." Mat. 16:16.
Após esta afirmação de Pedro, se seguiram as célebres palavras de Mat. 16:18:
"Tu és Pedro (em grego pétros) e sobre esta pedra (pétra) ...".


Várias interpretações tem sido dadas a esta declaração, das quais três se destacam:
A Pedra sobre a qual se construiria a Igreja de Deus é o próprio Cristo;
A pedra é Pedro;
A pedra é a confissão que Pedro fizera de Cristo.
Qual seria a interpretação correcta?


Quanto ao processo de interpretação de textos difíceis, duas regras básicas têm sido adoptadas pelos estudiosos sérios da Bíblia, cf. ref [1], p. 155 e 156. Eu destaco duas:
"Se há passagens obscuras, estas se explicam pelas que são mais claras, de tal sorte que a Escritura se explica pela própria Escritura." Irineu.

Orígenes apresenta mais ou menos a mesma ideia ao dizer que o texto deve ser interpretado através do conjunto das Escrituras e nunca através de textos isolados.

PRIMEIRA INTERPRETAÇÃO: A PEDRA É CRISTO.
"Teólogos protestantes sempre foram ardorosos defensores da Igreja construída sobre Cristo.
Jerónimo, Agostinho e Ambrósio aplicam a pedra tanto a Pedro como a Cristo. Eis as palavras que aparecem no fim do Evangelho de S. Mateus, tradução da Bíblia do Padre António Pereira de Figueiredo, edição de 1857, de Lisboa, pág. 95:
"Santo Agostinho no tratado CXXIV sobre S. João entende por esta pedra não a Pedro, mas a Cristo, em quanto confessado Deus por Pedro, como se Cristo dissera: Tu és Pedro, denominado assim da pedra, que confessaste, que sou eu, sobre a qual edificarei a minha igreja’.

Estas palavras do maior teólogo católico romano por serem muito claras dispensam comentários.
"É do nosso conhecimento que o termo ‘pedra ou rocha’ foi usado no Velho Testamento para Deus. Salmo 18:2 – O Senhor é a minha rocha; Deut. 332:4 – Eis a Rocha! Suas obras são perfeitas.
"O Messias é descrito em Isaías 28:16 como ‘uma pedra, pedra já provada, pedra preciosa, angular, solidamente assentada’." – Explicação de textos difíceis da Bíblia, (ref. [1]) p. 155 e 156.
Coloco aqui outras referências bíblicas que demonstram que: JESUS foi a Pedra rejeitada pelos judeus:
o Isaías 8:14: "Então Ele... Pedra de tropeço, e de Rocha de escândalo..."
o Mat. 21:42: "...A Pedra... rejeitaram, essa foi posta por cabeça de ângulo..."
o Actos 4:11: "Ele é a Pedra ... rejeitada ... posta por cabeça de esquina..."
o Rom. 9:33: "...Sião uma Pedra de tropeço, e uma Rocha de escândalo..."

(Explicando: Os judeus achavam um escândalo o Messias morrer na cruz, já que O esperavam para sentar-Se no trono de David).
E o mais importante:
o Efésios 2:20; 11:22; 5:23: "...Jesus Cristo é a principal Pedra de esquina... cabeça da igreja".
Em toda a Bíblia, a Pedra é identificado indubitavelmente a JESUS CRISTO, a Rocha Eterna:
o Números 20:11: "...Moisés levantou a mão, e feriu a Rocha duas vezes..."
o I Coríntios 10:4: "E beberam... da Pedra espiritual... e a Pedra era Cristo."
o Deut. 32:4: "Ele [Jesus] é a Rocha, cuja obra é perfeita..."
o Salmo 18:2: "O Senhor é a minha Rocha..."
o Salmo 19:14: "...Senhor, Rocha minha e libertador meu!"
o Salmo 28:1: "A Ti clamarei, é Senhor, Rocha minha..."
o Salmo 89:26: "...a Rocha da minha salvação."
o Salmo 95:1: "...a Rocha da nossa salvação."
o Salmo 144:1: "Bendito seja o Senhor, minha Rocha..."


E o próprio Pedro confirmou que a Pedra é Cristo:
o I Pedro 2:4: "...E chegando-vos para Ele [Jesus] – Pedra viva..."
o I Pedro 2:6-8: "Por isso, na Escritura se diz: Eis que ponho em Sião uma principal pedra angular, eleita e preciosa; e quem nela crer não será confundido. E assim para vós, os que credes, é a preciosidade; mas para os descrentes, a pedra que os edificadores rejeitaram, esta foi posta como a principal da esquina, e: Como uma pedra de tropeço e rocha de escândalo; porque tropeçam na palavra, sendo desobedientes..."


Paulo define a questão com estas palavras incisivas:
o I Coríntios 3:11: "Porque ninguém pode por outro fundamento, além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo."
Jesus Cristo mesmo interpretou ser Ele a "Pedra Angular" de qual falava o Velho Testamento:
o Mat. 21:42-44: "Disse-lhes Jesus: Nunca lestes nas Escrituras: A pedra que os edificadores rejeitaram, essa foi posta como pedra angular; pelo Senhor foi feito isso, e é maravilhoso aos nossos olhos? Portanto eu vos digo que vos será tirado o reino de Deus, e será dado a um povo que dê os seus frutos. E quem cair sobre esta pedra será despedaçado; mas aquele sobre quem ela cair será reduzido a pó."

SEGUNDA INTERPRETAÇÃO: A PEDRA É PEDRO
"Esta tese é sustentada pela maioria dos comentadores católicos.
"Vincent, comentando Mateus 16:18 defende a ideia de que a Igreja foi construída sobre Pedro, desde que Cristo nesta passagem aparece não como a fundação, mas como o arquitecto.
"Outros apresentam o seguinte argumento: a conjunção coordenativa ‘e’ , em grego ‘kai’ liga orações que têm o mesmo valor, por isso se Cristo visasse estabelecer um contraste entre Ele e Pedro teria empregado a conjunção ‘allá’ = mas. Este argumento não é seguro porque ‘kai’ tem em grego também o significado de ‘mas’. Ver Arndt and Gingrich, página 393 e Robertson, página 1181.
"A igreja católica se baseia num texto isolado sem levar em consideração o consenso de todo o ensino bíblico a respeito, isto é, sem considerar os dois princípios hermenêuticos (de Irineu e Orígenes) já citados anteriormente.
"Analisando vários textos das Escrituras chega-se à conclusão indiscutível de que a Bíblia ensina que Cristo é a Pedra e não Pedro.
"O próprio Pedro, através de suas enfáticas declarações, se encarregou de dirimir todas as dúvidas neste sentido. I S. Pedro 2:4-8. ...


"Provas bíblicas de que Pedro não foi escolhido como líder da Igreja, ou Superior Hierárquico dos Apóstolos:
a. Mateus 23:8 e 10 nos ensina que Cristo não queria que nenhum deles fosse mestre ou guia, porque esta é uma prerrogativa divina.
b. Lucas nos relata (9:46; 22:24-30), que por duas vezes se levantou entre os discípulos o problema de quem entre eles tinha a primazia. Tal problema jamais se levantaria se Cristo tivesse estabelecido a Pedro como superior a eles.
c. Se Cristo tivesse indicado a Pedro como líder da Igreja, como o Papa, ele seria infalível em suas decisões, portanto jamais lhe aconteceria o que Lucas nos relata no seu evangelho capítulo 22:54-60 [a negação de Pedro].
d. Sendo Pedro o dirigente, seria a pessoa que enviaria outros, mas Lucas nos informa em Actos 8:14 que Pedro e João foram enviados pelos apóstolos.
e. Se fosse o superior hierárquico dos apóstolos, a argumentação que eles fizeram e a defesa de Pedro seriam inoportunas e sem fundamento, conforme o relato de Actos 11:1-18 [a pregação do evangelho aos não-judeus].
f. O primeiro concílio da igreja não foi convocado e dirigido por Pedro, mas por Tiago. O contexto apresentado pelo Dr. Lucas (Actos 15:13, 19) sugere que Tiago era o presidente.
g. Em Actos 15:22-29 há o relato de que a epístola enviada a Antioquia foi dirigida em nome dos apóstolos, dos presbíteros, e da igreja e não por Pedro.
h. Se Pedro fosse o líder, Paulo não poderia escrever o que se encontra em Gálatas 2:11-14, pois seria faltar à ética hierárquica. [11: Quando, porém, Cefas veio a Antioquia, resisti-lhe na cara, porque era repreensível.] A afirmação no verso 11 é bastante taxativa para desmoronar todo o falso edifício que o papado tem construído na base de Mateus 16:18 sobre o primado de Pedro.
i. I Coríntios 12:28. Se Pedro fosse o Papa, na enumeração dos ofícios da Igreja, Paulo não se esqueceria deste tão preeminente – o Vigário de Cristo [28 E a uns pôs Deus na igreja, primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas, em terceiro mestres, depois operadores de milagres, depois dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas.]
j. Paulo afirma em Gálatas 2:9 que Tiago, Cefas (Pedro) e João eram considerados como colunas. Note-se que Tiago está em primeiro lugar." – [1], p. 158 a 161.


Outras referências bíblicas que indicam que Pedro não tinha a primazia da Igreja Apostólica, como arroladas por Lourenço Gonzalez, ref. [2], p. 59: Se Pedro fosse o Papa:

Os discípulos não disputariam pela primeira posição entre si (Mat. 23:8,10; Luc. 9:46; 22:24-30); Não seria o apóstolo da circuncisão [Ele achava que o Evangelho não deveria ser pregado aos não-judeus/incircuncisos) (Gál. 2:8);
Como ficaria o seu casamento? (Mat. 8:14; Mar. 1:30; Luc. 4:38);
Não levaria a sua esposa nas suas viagens missionárias (I Cor. 9:5);
Não negaria a Jesus (Luc. 22:57), não mentiria ao ser identificado como apóstolo (Luc. 22:58), nem disfarçaria diante da verdade (Luc. 22:60);
Enviaria outros apóstolos para Samaria em vez de ser enviado (Actos 8:14);
Não se justificaria perante a igreja, por ter baptizado Cornélio (Actos 11:1-11);


O primeiro Concílio Cristão, ocorrido em 52 d.C., seria presidido por ele e não por Tiago (Actos 15:13,19) e a Carta Oficial deste Concílio seria assinada por ele e não foi (Actos 15:22,23);
Paulo não o repreenderia publicamente se fosse ‘infalível’ 9Gál. 2:11-14);
Estaria na primeira posição e não na segunda, como coluna da igreja (Gál. 2:9);
Por fim...
Uma passagem que se destaca pelo que ela não mostra, Apocalipse 21:14: "O muro da cidade tinha doze fundamentos, e neles estavam os nomes dos doze apóstolos do Cordeiro."


Ao descrever a Cidade Santa, a Nova Jerusalém, João cita que viu escritos o seu nome e dos seus companheiros apóstolos nos fundamentos da cidade. Não há, porém, destaque de nenhum nome em especial, o que certamente ocorreria se um deles tivesse sido escolhido como fundamento da igreja.


TERCEIRA INTERPRETAÇÃO: A PEDRA SERIA A CONFISSÃO DE PEDRO
"Crisóstomo (350-407 AD) afirmou que a igreja foi construída sobre a confissão de Pedro. Outros Pais da Igreja e reformadores como Lutero, Huss, Zwínglio e Melanchton defendem a mesma ideia.


"Os fatos parecem indicar que esta não é a melhor interpretação, desde que a Igreja não é construída sobre confissões, mas sobre os que fazem a confissão, isto é, sobre seres vivos: Cristo, os Apóstolos e os que aceitam a Cristo como Seu Salvador. As passagens de Efésios 2:20 e I Pedro 2:4-8 confirmam as declarações anteriores." [1], p. 163.


PÉTROS E PÉTRA
"Dicionário e Comentários nos comprovam que Pedro, em grego ‘Pétros’ dignifica um fragmento de pedra, pedra movediça, lasca da rocha; enquanto pedra, no grego ‘Pétra’ significa rocha, massa sólida de pedra.
"Alguns comentaristas asseveram que o Espírito Santo orientou o apóstolo, ao redigir esta passagem para empregar duas palavras, em grego, para evitar a idéia de que Pedro fosse a pedra.
"Desta sucinta explicação se conclui que Pétros não é um símbolo apropriado para um fundamento, um edifício, mas que Pétra – rocha é um símbolo muito próprio para o fundamento estável e permanente da Igreja.
"Na Ilíada, VII, 270, Ajax está atirando uma pedra (pétros) em Heitor, mas na Odisséia, IX, 243, há o relato de uma pedra (pétra) colocada na porta de uma caverna, inamovível pelo seu tamanho descomunal." [1], p. 158.

QUE SIGNIFICAM AS CHAVES (Em Mateus 16:19)?
"As chaves, que abrem e fecham a Casa de Deus, ligam os homens à Igreja, ou dela os desligam, são os princípios dos Evangelhos, as condições da Salvação, aceitas ou rejeitadas pelos homens. Pedro abriu, com a chave da Palavra de Deus, as portas do Reino dos Céus a três mil pessoas que se converteram. Actos 2:14-41. Este privilégio não foi apenas concedido a Pedro, mas a todos os discípulos. São Mateus 18:18. ...
"Quando uma pessoa completava satisfatoriamente um curso de estudos com um rabi judeu, era costume receber ela uma chave, significando que se havia tornado bem versada na doutrina e que estava agora habilitada para abrir os segredos das coisas de Deus. As palavras de Cristo se referem a este costume.
"’As chaves simbolizam a autoridade que Jesus confiou a Sua igreja para agir em Seu nome. Especificamente elas indicam as Escrituras onde Deus expõe o plano da salvação. A autoridade não é baseada numa escritura de igreja como tal, mas nas Escrituras.’ Lição da Escola Sabatina, 10-1-81." – ref [1], p. 163 e 164.


Referências:
Pedro Polinário, Explicação de textos difíceis da Bíblia, Editora Universitária Adventista, Santo maro, SP. 19ª Edição.
Lourenço Gonzalez, Assim Diz o Senhor, ADOS:Niterói, RJ. Sétima Edição.

26/01/2009

JESUS NA LITERATURA NÃO CRISTÃ

Jesus Cristo é, sem dúvida, o personagem mais glorioso da História humana e nisto concordam todos os cristãos, sejam eles seguidores da igreja católica romana ou da igreja dita “protestante”. Em Jesus, e só em Jesus, se centra todo o anseio e esperança dos crentes, com justificada razão, “pois em nenhum outro há salvação, porque também, debaixo do céu, nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devemos ser salvos”. Actos 4:12

Todavia, há quem diga que Jesus não é mais do que uma referência necessária à humanidade, dado que apela a sentimentos nobres, à moral e mesmo à fraternidade entre os povos. E há quem pense que a Sua existência se limita à Bíblia e à tradição religiosa, estando ausente da literatura não cristã.

Mas se quisermos ser imparciais e analisar com cuidado e perseverança os manuscritos antigos, de pressa chegaremos à conclusão de que as referências à pessoa de Jesus são abundantes e rigorosamente honestas, mesmo quando O contestam, ou por isso mesmo.

1- Jesus e a Pax Romana.
Jesus Cristo veio ao mundo durante o período conhecido como “Pax Romana”, um histórico período de paz, em que o mundo inteiro era controlado por um único e inexorável poder: Roma.

Polibo, na sua História, que abrange este período, faz o seguinte comentário: “Os romanos, em menos de cinquenta e três anos, conseguiram submeter a quase totalidade do mundo à sua autoridade, coisa nunca antes igualada.” Quando Jesus nasceu, a nação de Israel era dominada e governada pelo Império romano.

O evangelho segundo S. Lucas dá pormenores acerca dessa época, explicitando as razões políticas que levaram os Seus pais a Belém:
“Aconteceu, naqueles dias, que saiu um decreto da parte de César Augusto, para que todo o mundo se alistasse … E todos iam alistar-se, cada um à sua própria cidade. E subiu também José da Galileia, da cidade de Nazaré, na Judeia, à cidade de David, chamada Belém (porque era da casa e família de David), a fim de alistar-se com Maria, sua mulher, que estava grávida” (S. Lucas 2:1-4).

Para os romanos, Israel era apenas uma “província do império”, isto é, uma nação colonizada, e os cristãos não passavam de mais uma seita, como tantas outras que, naquela época, existiam em Israel, tal como os fariseus, os publicanos, os herodianos e os hesseniamos. O único ponto de realce é que a situação geográfica de Israel o tornava de algum modo um país estratégico. Por isso, os historiadores romanos de então não dedicam muita atenção a Jesus e aos Seus seguidores, tanto mais que o Seu discurso não era político e nas Suas palavras não havia qualquer incitação à sublevação.

Uma outra razão que pode explicar esse silêncio é que o período de vida pública de Jesus se limitou a pouco mais de três anos. É também sabido que grande parte da literatura contemporânea relativa ao Império Romano desapareceu, devido a incêndios ou a comportamentos vandalistas, ou ainda pela erosão do tempo. Por essa razão é extraordinário o facto de ainda encontrarmos documentos que são autênticos tesouros e que fazem referencia específica a Jesus de Nazaré.
2- Jesus nos escritos romanos não cristãos.
Plnínio, governador da Bitínia, numa carta dirigida ao imperador Trajano, dizia que “os cristãos adoram a Cristo como Deus e vivem uma moral estrita” Epitolas, X, 96. não é este um testemunho extraordinário da fé e vivência cristã desses primeiros crentes?

Tácito, cônsul no ano 97 d.C., diz que Cristo foi crucificado à ordem de Pôncio Pilatos e faz ainda referência à expansão do Cristianismo, bem como à perseguição que lhes era movida com o intuito de os destruir e para desmotivar outros a juntarem-se-lhes. Annales, XV, 44.

Suetónio, na sua célebre biografia do imperador Cláudio , faz também uma breve referência a Cristo e aos cristãos. Vita Caude, C. 23.

Celso, que viveu no século II, sob o reinado de Marco Aurélio, escreveu muito sobre o cristianismo e sobre a pessoa de Cristo. Os seus escritos são de grande valor pelo facto do seu objectivo ser denegrir e refutar o cristianismo, para o que diz possuir documentos que mais ninguém tem (Origne, c. II, 13). É um historiador que assume claramente a sua posição de inimigo, mas, por isso mesmo, ao fazer referência ao cristianismo e a Cristo, apresenta uma prova irrefutável da existência histórica de Jesus.

Flégon, nos seus escritos, menciona um eclipse do sol durante a morte de Jesus (Oriegene, Contra Celsum, II, 13, 33, 59). Ora, nós sabemos que as Escrituras dizem explicitamente que no momento em que Jesus morreu, “o sol se escureceu” (S. Lucas 23:45). É importante saber que todas estas fontes, com referências directas e abundantes a Jesus, são dignas de crédito.

3- Jesus nos escritos judaicos, não cristãos.
Se, durante o ministério de Jesus, os judeus O trataram dura e severamente, depois da Sua ressurreição e ascensão não deixaram de multiplicar lendas a Seu respeito, com o objectivo de O ridicularizar como Messias, isto é, como Ungido de Deus. Uma boa parte dessas histórias encontram-se no Talmude, livro dos ensinamentos rabínicos posteriores a Jesus. Do século IV d. C., em diante, as lendas, orais e escritas, tem manifestamente o objectivo de criar uma imagem negativa do Salvador. Muitas delas encontram-se compiladas num livro intitulado: Vida de Jesus (Samuel Krauss, Das Leben Jesu Judischen Quelle, Berlim, 1902, 22.

Flávio Josefo, patriota judeu e autor das famosas obras tais como; Antiguidades Judaicas e Guerra dos Judeus, escritas entre os anos 93 e 94 da nossa era, diz o seguinte: “Nesse tempo viveu Jesus, homem sábio, se é que se lhe pode chamar homem. Porque ele foi autor de coisas impressionantes, mestre daqueles que recebe a verdade com alegria. Ele conduziu muitos judeus e outros vindos do helenismo. Ele era o Cristo. E quando Pilatos ordenou a sua crucifixão, por denúncia dos principais do nosso povo, aqueles que o amavam não o abandonaram. De facto, ao terceiro dia, ele apareceu-lhes como lhes tinha prometido. Até hoje ainda subsiste o grupo chamado pelo seu nome, os cristãos.” (Flabio Josepho , Antiquitates XVIII, 3.3,3d. B. Niese IV. Berolini, Weidmann 1890, 151 ss).

Devemos precisar que esta obra também não foi escrita em favor do cristianismo, mas como celebração da glória do povo de Israel. Todas as seitas judaicas, bem como todos os movimentos de libertação e feitos históricos que ocorreram entre os reina do imperador Augusto e a destruição de Jerusalém, no ano 70 d. C., estão aí mencionados. Mas, para os cristãos, a maneira como Jesus é referido nesta obra tem grande importância histórica.

Na verdade, só a incredulidade pode constatar a existência de Jesus, porque, de facto, a Sua vida, morte e ressurreição, embora historicamente provados, são, aos olhos humanos, “inacreditáveis”. Esta foi a atitude de um dos próprios discípulos de Jesus, de nome Tomé. Ele teve dificuldade em acreditar que Jesus ressuscitara e estava vivo, vivo para sempre, e declarou aos seus companheiros: “Se eu não vir o sinal dos cravos nas Suas mãos, e não meter o dedo no lugar dos cravos, e não meter a minha mão no Seu lado, de maneira nenhuma o crerei.” Então, oito dias depois, o Divino Ressuscitado apareceu outra vez aos Seus discípulos e disse a Tomé: “ Põe aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos; e chega a tua mão, e mete-a no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente. Tomé respondeu, e disse-lhe: Senhor meu e Deus meu” (João 20:27,28).

Também eu, em certo período da minha vida, disse: “Não acredito que Jesus tenha existido e seja real.” Mas um dia Ele iluminou esta parte da minha alma que estava obscurecida e isso permitiu-me alcançar dimensões de paz e equilíbrio interior que antes não tinha.

Você pode, igualmente, viver esta experiência. Quando caminhar calmamente, ao longo do mar, ou de um pequeno riacho, na serra ou no vale, no silêncio da natureza, diga a Jesus: “Eu preciso de Ti, por favor, vem e manifesta-Te”. Se não sentir nada continue a sua vida, porém, se Ele se manifestar como foi o meu caso ore e diga como Tomé: “Eu creio em Ti, Senhor meu e Deus meu!”

Jesus ainda tem todo o poder que manifestou quando apareceu aos discípulos e em particular a Tomé. Ele continua a ir ao encontro de muitas pessoas incrédulas, mas que no fundo da alma sentem um vazio e são sinceras. Esta – confesso – foi a minha experiência e creio que pode ser a sua também.

Deus o abençoe.

25/01/2009

O CÓDIGO DA VINCI O "SABICHÃO"

O Código Da Vinci é o maior fenómeno literário depois de Harry Potter. Desde a sua publicação, em Abril de 2003, O Código da Vinci vendeu mais de 60 milhões de exemplares nos Estados Unidos. Foi traduzido em 45 idiomas e é um sucesso de vendas em 150 países. A rede de televisão ABC produziu um programa de uma hora com base no livro. Ele esteve na lista dos mais vendidos do jornal The New York Times durante dois anos, e esteve no topo, ou perto do topo, cerca de 50 semanas. Esteve também na lista dos livros mais vendidos da Amazon.com. De acordo com alguns críticos, esse livro fictício faz os leitores questionarem tudo em que acreditavam sobre Jesus Cristo e a Bíblia.
Pete Yazzolino, The Da Vinci Code: Separating Fact from Fiction.

A história tem como pano de fundo um enredo de carácter religioso e "histórico" que são reivindicados como "factos". Na verdade são um argumento que outro objectivo não tem a não ser combater o ensino cristão. Por exemplo, o livro diz que os cristãos primitivos não acreditavam na divindade de Cristo, que a ressurreição não aconteceu e que a nossa Bíblia é o resultado de uma luta política do imperador romano Constantino.

Os leitores à medida que entram na leitura do livro são literalmente absorvidos na história que se desenvolve em ritmo rápido e cheia de suspense que assume tudo como verdade sem sequer se terem disso consciência. Perdem o espírito crítico. Devemos confessar que o autor tem uma “arte” singular para contar histórias e aproveita-a muito bem no sentido de “hipnotizar” o leitor no sentido deste não pesnar. Isto acontece com os filmes, e Hollywood transformou O Código Da Vinci num um filme.

Podemos, e admito que assim seja, que ao ler o livro muitas pessoas pensem: "Nenhuma pessoa racional levaria esta história a sério." Isso é exactamente o que um líder evangélico pensava - até que começou a conversar com pessoas que tinham lido o livro. Ele descobriu que o livro endurece a descrença daqueles que não são cristãos e leva os pesquisadores honestos para longe do cristianismo. O livro conseguiu confundir milhares de cristãos.

A Bíblia alerta para o facto de sermos sóbrios (não levados pelas emoções) e vigilantes. Há um inimigo das nossas almas que procurar todas as oportunidades para ferir a nossa fé e desviar-nos de Jesus. 1 Pedro 5:8

Jesus claramente chamou a atenção para não nos deixarmos enganar. O apóstolo Paulo fez a mesma advertência. A Bíblia diz:
"E Jesus, respondendo, disse-lhes: Acautelai-vos, que ninguém vos engane." Mateus 24:4
"Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs subtilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo." Colossenses 2:8
"Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demónios." 1 Timóteo 4:1
Existem alguns princípios bíblicos que nos ajudam a proteger da confusão que Satanás através de homens, instituições ou governos (Génesis 3), neste capítulo encontramos indicadores fundamentais:

1- Foi isso que Deus disse?
"Ora, a serpente era mais astuta que todas as alimárias do campo que o Senhor Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda a árvore do jardim?" Génesis 3:1
Foi assim que Deus disse? Por outras palavras, Deus realmente disse isso? Ele realmente quis dizer isso? Podemos confiar naquilo que Deus diz?
A intenção é introduzir a dúvidas sobre a credibilidade e fiabilidade daquilo que Deus disse. Em termos práticos, isso significa tentar confundir a nossa confiança na Bíblia.

2- Pretensão a “sabichão”.
"Então a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis." [Génesis 3:4]
Por outras palavras, "Sou o especialista. Ouve o que eu digo. Sei mais do que Deus e mais do que tu."
A esse nível tenta substituir a nossa confiança em Deus pela confiança no "especialista". É também uma tentativa de tentar substituir os nossos motivos para obedecer a Deus.
Paradigma do que estamos a dizer é o caso de Jim Jones. Ele começou a pastorear uma igreja e tornou-se líder de uma seita. Convenceu os seus seguidores irem até a Guiana, na América do Sul, onde eles viveram como uma comunidade isolada (Jonestown).
A certa altura os ensinos de Jim Jones derivaram de tal maneira que começou a contraditar claramente as Escrituras. Alguns de seus seguidores ao principio duvidaram e colocaram em causa os seus ensinos, e abanoram o grupo, outros acabaram por lhe dar ouvidos e colocaram de parte o que diz a Escritura Sagrada. Em 1978, os que permaneceram com ele (mais de 900 homens, mulheres e crianças) morreram envenenados num suicídio/assassinato em massa.
Essa é uma vívida ilustração da importância de ouvir a Deus em vez de dar ouvidos aos "sabichões". Quando o "sabichão" contradiz as Escrituras, então precisamos seguir a Bíblia.

3- Fazer crer que Deus não quer o melhor para o ser humano.
"Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal." [Génesis 3:5]
Este texto, quer dizer: Deus não quer a vossa felicidade, não quer que desfrutem plenamente. Deus está a privar-vos de coisas boas. Se tu fizeres as coisas como eu digo, então poderás experimentar essas coisas boas.

Esta fase o tentador está a dar motivos para desobedecer a Deus. Além disso, ele promete independência. Ele diz que podemos ser como Deus e fazer as coisas à nossa maneira, sem ter que dar satisfações a ninguém e menos a Deus. Satanás o “sabichão” ou instrumentos guiados por ele tentam dar-nos razões para pensar e sentir que é correcto ignorar o que Deus disse e fazer o que quisermos fazer.

"Sereis como Deus" é a essência das falsas promessas dos ensinos da Nova Era. O exemplo mais claro disso foi quando a actriz Shirley MacLaine disse: "Eu sou Deus!”

Algumas deformações amplamente aceitem.
Existem pessoas que afirmam que as coisas importantes foram removidas da Bíblia. Esse é um exemplo do estágio do engano que tenta fazer-nos acreditar que Deus está a reter algo de nós.
A primeira vez que ouvi isso foi na forma de uma reivindicação que passagens das Escrituras que apoiam a reencarnação tinham sido removidas da Bíblia. Mas isso é fisicamente impossível. Existem milhares de papiros e rolos de manuscritos que foram espalhados por todo o mundo conhecido. Não havia forma de todos serem encontrados. E não havia modo de alterá-los. Podemos arrancar uma página de um livro encadernado, mas não podemos remover um segmento de um rolo e mantê-lo intacto.

O Código Da Vinci gira em torno desse tema. Ele afirma que no século IV, o imperador Constantino fez alguns "evangelhos" gnósticos serem removidos da Bíblia. Mas Constantino não teve nada que ver com o conteúdo do Novo Testamento. O cânon do Novo Testamento já estava definido quando Constantino assumiu o poder.

Por volta do tempo de Orígenes (185-254), havia concordância geral sobre a maior parte do Novo Testamento. Ninguém questionava quais evangelhos deveriam ser incluídos. Havia concordância geral sobre a maior parte das epístolas. Entretanto, havia discórdia sobre se as seguintes seis epístolas deveriam fazer parte do cânon do Novo Testamento: Hebreus, Tiago, 2 Pedro, 2 João, 3 João e Judas. Isto foi 50 anos antes de Constantino se tornar imperador de Roma. (Ele governou de 306 a 337.)

Se quiser ler citações dos "evangelhos" gnósticos, rapidamente se tornará óbvio para si que eles nunca foram incluídos na Bíblia. Eu já li alguns trechos do "Evangelho de Tomé" e de outros evangelhos gnósticos. Eles são confusos; a linguagem parece vagamente bíblica, mas as ideias não fazem sentido. Existe uma ênfase em segredos. (Em contraste, Jesus Cristo ensinava abertamente.)

Aqui estão dois exemplos de ensinos gnósticos. De acordo com o "Evangelho de Tomé", Jesus fez as seguintes afirmações:
"Aquele que estiver familiarizado com o pai e mãe será chamado o filho de uma prostituta."
"Porque toda a mulher que se fizer de homem entrará no reino dos céus."
(Não é erro de impressão ou qualquer coisa parecida. O "Evangelho de Tomé" realmente diz esse tipo de coisa. E ele afirma que Jesus ensinava isso. Talvez isso faça sentido para quem esteja num "estado alterado de consciência.")
Se quiser compreender o gnosticismo e a sua influência nas igrejas modernas, leia Pagans in the Pews, de Peter Jones (Regal Books, 2001). Esse livro traz citações de vários "evangelhos" e outros escritos gnósticos.

Alguns "sabichões" contrários à Bíblia.
Um exemplo de um "sabichão" antibíblico é Sigmund Freud, o Pai da Psicanálise. A Bíblia tem padrões claros para a moralidade sexual. Mas quando apareceu Freud a dizer que a moralidade bíblica produz repressão e doença mental. Era suposto que os cristãos “inteligentes” deveriam dar ouvidos ao “sabichão” Freud ou confiar naquilo que Deus diz na Bíblia.

Os "especialistas" podem enganar-se e tentar enganar-nos. Deve certamente lembrar-se do Relatório Kinsey? Muitas pessoas acreditaram no "especialista" em vez de confiar na Bíblia. A pesquisa do Dr. Kinsey é a base para a maior parte da Educação Sexual moderna. Ela também contribuiu para a revolução sexual dos anos 1960. Kinsey tem sido acusado de realizar uma pesquisa fraudulenta e por ser responsável pelo abuso sexual de centenas de crianças.

Outro "especialista" é o bispo episcopal John Shelby Spong. Ele escreveu um livro intitulado Why Christianity Must Change or Die. Ele tentou destruir a fé das pessoas nas doutrinas cristãs mais fundamentais, como a ressurreição de Jesus Cristo e a expiação (Cristo morreu para nos salvar dos nossos pecados). Basicamente, a ideia dele parece ser que, para ser relevante no mundo moderno, o cristianismo precisa deixar de ser cristão. Spong diz que vivemos num mundo que tornou a "visão teísta tradicional de Deus inoperante".

O bispo Spong não está só. Existem professores de seminários que ensinam a mesma coisa. Michael S. Rose escreveu sobre esse problema e ensinou em muitos seminários católicos, no seu livro Goodbye, Good Men. Eu já li sobre coisas similares em alguns seminários protestantes.
O Código Da Vinci

De acordo com O Código Da Vinci, Jesus era apenas um homem comum que não era divino, não morreu pelos nossos pecados e não ressuscitou. Em vez disso, casou-se com Maria Madalena e teve pelo menos um filho dela.

O "Jesus" retratado no O Código Da Vinci não é o Senhor Jesus Cristo da Bíblia. Jesus nos admoestou que surgiriam "falsos Cristos" [Mateus 24:24] Esse é um deles. Embora seja apenas uma figura mental num livro fictício, ele tem desviado pessoas reais do Jesus Cristo real.

O Código Da Vinci fortalece a descrença das pessoas que não são cristãs. Ele afasta os sinceros a buscar a verdade que se encontra nos Evangelhos e que é redentora, confortadora e a única que traz a paz, esperança e futuro.

De acordo com O Código Da Vinci, há uma antiga sociedade secreta chamada Priorado de Sião que preservou as informações sobre Jesus e Maria Madalena e os seus descendentes. Entretanto, o Priorado de Sião que é retratado no livro é um embuste. Como veremos, ele nunca existiu; foi uma combinação de história inventada com documentos forjados.
As informações a seguir vêm de Cracking Da Vinci's Code, de James L. Garlow e Peter Jones, e de alguns artigos disponíveis na Internet. Você pode ler sobre Pierre Plantard e seu falso Priorado de Sião on-line.

Existiram três Priorados de Sião. O primeiro (entre 1100 a 1617) foi legítimo. Ele foi um grupo de monges católicos que honravam a virgem Maria sob o título de Nossa Senhora de Sião. (Em francês, "Sião" é escrito "Sion"). Essa era a devoção católica tradicional à virgem Maria, por monges reais, num priorado real (um priorado é um tipo de mosteiro ou convento.)
No século XX, houve dois Priorados de Sião que foram criados por Pierre Plantard, um francês que viveu de 1920 a 2000. Plantard foi condenado por fraude e por apropriação indevida em 1953. O seu primeiro Priorado de Sião começou em 1956. Era um clube social com um jornal.
Teve a duração de um ano.
O segundo Priorado de Sião é o importante, em termos de teoria da conspiração e O Código Da Vinci. Plantard começou este projecto no início dos anos 1960. Ele falsificou a existência do Priorado e tentou fazê-lo parecer antigo. (Como veremos, Plantard mais tarde testemunhou que aquilo foi uma fraude.)

Plantard era um ocultista. Ele admirava Hitler e foi influenciado por um homem pró-nazistas chamado Evola, que acreditava que a humanidade deveria ser governada por um 'governo da elite espiritual'.

O Priorado de Sião fraudulento de Plantard é supostamente uma antiga sociedade secreta que preservou os registos da linhagem sanguínea de Jesus e de Maria Madalena. (Plantard afirmava ser um desses descendentes.)

De modo a fazer essa sociedade secreta parecer legítima, Plantard forjou documentos e colocou-os em locais de credibilidade, como em museus franceses. Ele até forjou certificados de autenticação para acompanharem os documentos. (Isso pôde ser feito falsificando-se as assinaturas de especialistas já mortos e que, portanto, não podiam ser questionados.)

Um empresário francês chamado Noel Corbu comprou uma propriedade que pertencera anteriormente a um rico sacerdote chamado Berenger Sauniere. (O padre tinha enriquecido com a venda de missas. Ele anunciava em revistas e jornais e recebia dinheiro de católicos de toda a França. Quando o bispo tomou conhecimento disso, Sauniere foi suspenso de seu ofício sacerdotal.)

Corbu afirmava que, num lugar nessa da propriedade, havia um esconderijo secreto com os documentos sobre os supostos descendentes (a linhagem sanguínea) de Jesus e Maria Madalena. Noel Corbu conhecia Pierre Plantard. Eles escreviam cartas um para ao outro. (As cartas deles foram preservadas.) E havia fotografias dos dois homens juntos. Isso parece ser outra tentativa de fazer o Priorado de Sião parecer real. Pode também ter havido motivos financeiros. Corbu tinha um hotel e um restaurante na propriedade. Rumores intrigantes podem atrair pessoas curiosas, que então precisam de um lugar para se hospedar (o hotel) e um lugar para comer (o restaurante). Pessoas vinham de longe para pesquisar os documentos e outros tesouros escondidos, mas ninguém nunca encontrou coisa alguma.

Em 1993, Roger-Patrice Pelat foi assassinado. Dizia-se que era o grão-mestre do Priorado de Sião. Por causa da suposta relação com Pelat com o Priorado de Sião, as autoridades francesas interrogaram Pierre Plantard sobre o homicídio. Plantard disse que o Priorado de Sião não existia. Ele testemunhou que tinha "inventado tudo". As autoridades francesas fizeram uma busca na casa de Plantard e encontraram muitos "Documentos do Priorado", alguns dos quais diziam que Plantard era o "verdadeiro rei da França".

Michael Baigent, Richard Leigh, e Henry Lincoln acreditaram nas histórias sobre o Priorado de Sião. Eles foram enganados pelos documentos forjados por Plantard. Eles escreveram o livro O Santo Graal e a Linhagem Sagrada. Esse livro influenciou outros autores, e mais livros foram escritos sobre o Priorado de Sião. O mais popular é O Código Da Vinci, de Dan Brown. Ele afirma que Leonardo Da Vinci foi um grão-mestre do Priorado de Sião, e algumas de suas pinturas têm símbolos relacionados com o suposto relacionamento entre Jesus e Maria Madalena.

A capa de O Código Da Vinci diz (em letras minúsculas) que o livro é um conto/ficção. Entretanto, o próprio livro afirma que a suas asserções são "factos" aceitos pelos historiadores e eruditos. Quando Dan Brow foi entrevistado pela rede ABC de televisão, ele disse que as informações no livro são exactas. Em uma entrevista em Borders, Dan Brown disse que toda a história retratada no O Código Da Vinci é verdadeira. Inúmeros sítios na Internet têm citações do livro e tratam as afirmações históricas e religiosas como sendo verdadeiras.

A maioria dos ensaístas e autores diz que o livro é uma história bem escrita em que a acção ocorre a ritmo rápido. Alguns dizem que os personagens são bidimensionais. Isso pode estar relacionado com a acção rápida da história. O desenvolvimento de um personagem leva tempo, o que torna as coisas mais lentas e faz o leitor pensar, ao contrário de reagir emocionalmente ao suspense e à intriga.

Para uma pessoa adulta e madura, as afirmações de um homem não-existente num livro de ficção podem não parecer significativas. Mas eu tive uma experiência que me faz levar isso muito a sério.
Certa vez eu estava a comer num restaurante, quando havia poucos fregueses e o empregado de mesa tinha tempo para conversar comigo. Ele era uma excelente pessoa. Era estudante de faculdade que tinha crescido num lar cristão. Ele disse algumas coisas estranhas e eu respondi com a verdade bíblica e ele disse: "Mas o Alquimista diz..."

Aquele jovem tinha lido um livro no qual havia um personagem chamado "Alquimista", que era retratado como um sábio. Ele encontrava pessoas com problemas e dizia palavras de "sabedoria" que as ajudavam.

Eu disse ao jovem que as afirmações do Alquimista eram ensinos da Nova Era. Embora aquele rapaz tivesse crescido num lar cristão, e tivesse ido à igreja na sua juventude, isso não teve grande impacto na sua vida. Quando ele dizia algo que reflectia o ensino da Nova Era e eu respondia com a perspectiva cristã, ele repetia: "Mas o Alquimista diz..."
Por fim tive que lhe dizer que "alquimista" é uma palavra antiga e que significa um bruxo. Mas isso também não teve impacto nele.

As palavras "sábias" de um personagem do faz-de-conta num livro tiveram maior impacto na mente daquele rapaz do que todos os anos anteriores de instrução bíblica num lar cristão e numa igreja cristã. Como resultado da minha experiência com aquele jovem, encaro O Código Da Vinci com muita seriedade.

Um cristão maduro, que está bem enraizado na fé, provavelmente subestimará o impacto que esse tipo de livro pode ter nos jovens, que se deixam impressionar com facilidade. Além disso, existe o agravante de vivermos numa sociedade televisiva em que as pessoas jovens normalmente não lêem muito.

Se você acreditar naquilo que Dan Brown diz no O Código Da Vinci, então abandonará a sua crença no Deus da Bíblia e a substituirá por uma forma de adoração a qualquer deus ou deusa pagã. Você negará a divindade de Jesus Cristo e que Ele ressuscitou dentre os mortos. Você não acreditará que Jesus morreu para salvá-lo dos seus pecados e pensará que as suas novas crenças são superiores ao verdadeiro cristianismo.

Agora que o livro foi transformado num filme, os jovens estarão sob risco ainda maior. Os filmes têm um forte impacto emocional. Se as pessoas ficarem presas à acção e ao suspense do filme, então poderão engolir alguns dos erros religiosos sem perceber, porque estarão distraídas pela acção no filme. Os jovens estarão especialmente vulneráveis a isso pois ainda não têm o discernimento dos cristãos mais fortes e maduros.

24/01/2009

JESUS CONTINUA A SER ESCARNECIDO

Em 2006/7 foi a “grande” descoberta 'O Código Da Vinci... Desde então especulações sobre Jesus não têm faltado. Jesus tornou-se de um momento para o outro o centro do escárnio e o escárnio um meio de ganhar fortunas. As coisas saltam desde o casamento de Jesus com Maria Madalena até à descoberta do túmulo de Jesus em Jerusalém com provas “cientificas” de ADN sobre os Seus familiares. Numa entrevista feita pelo programa Larry King Live, James Cameron, o produtor do documentário, disse como se fosse uma grande coisa: “Agora temos provas cientificas de que Jesus existiu. Foi um ser histórico. De facto, isto é o cúmulo da ignorância porque nenhum historiador sério em toda a História duvidou da Sua autenticidade.
"Todos os arqueólogos confirmam a natureza da descoberta." Canal Discovery

"O professor Amos Kloner, um arqueólogo de Jerusalém que acompanhou oficialmente os trabalhos da tumba... rejeitou as afirmações. 'É uma óptima história para um filme de televisão... Mas é impossível. É uma brincadeira.'... Não existe possibilidade de Jesus e os seus parentes terem uma tumba familiar... Eles eram da Galileia e não tinham vínculos em Jerusalém." David Horovitz, "New film claims Jesus buried in Talpiot," 25 de Fevereiro de 2007,
Isto é ciência? Uma piada de mau gosto? Ou parte de uma batalha que se está intensificando contra as verdades imutáveis — uma vil zombaria ao Deus da Bíblia e do significado da morte, sepultamento e ressurreição de Jesus Cristo?

Não é preciso muito discernimento para constatar a verdadeira natureza das "teorias" ocas usadas para validar as fabricações "científicas". Mas, é triste dizer, numa sociedade que se pretende de pessoas de mentes abertas e de diálogo politicamente correctos, existe pouca resistência para essas mensagens enganosas da parte dos meios de comunicação! Aqueles que são dirigidos pelo marketing manipulam a seu belo prazer estas mentes abertas.

O produtor James Cameron e o director Simcha Jacobovici do filme documentário A Tumba de Jesus, do canal pago Discovery, apresentam evidências enganosas, conclusões falsas e uma tumba também falsa — uma tumba mais acessível e "convincente" do que a real.

"Jacobovici mostra imagens feitas por uma câmara que foi introduzida por uma tubulação até a tumba. A maioria dos espectadores não compreenderá que essa não é a mesma caverna, disse o professor Kloner." Julie Stahl, "Jesus Tomb' Filmmakers Should Be Ashamed, Archeologist Says", Ele deve saber, pois acompanhou os trabalhos originais.

"Em grande parte o filme foi rodado em cenários recriados a partir dos desenhos e fotografias tiradas daquelas [falsas] obras, disse ele. Numa cena, os ossários [caixas de ossos de calcário] são mostrados cobertos por poeira que é removida para revelar as inscrições... Mas não foi desse modo que eles foram descobertos... O documentário foi criado de acordo com a imaginação das pessoas'... Não aceito a afirmação que essa tumba foi o local de sepultamento da família de Jesus." Julie Stahl, "Jesus Tomb' Filmmakers Should Be Ashamed, Archeologist Says", http://www.cnsnews.com/ViewForeignBureaus.asp%20Page=/ForeignBureaus/archive/200703/INT20070301a.html

Os dois cineastas podem ter sido dirigidos unicamente pelo propósito de ganhar fama e dinheiro. Mas os agentes de transformação que os apoiaram têm uma missão mais revolucionária.
Portanto, antes de refutarmos as sugestões absurdas do canal pago Discovery, lembremo-nos que a vasta maioria dos mestres dos meios de comunicação de hoje aderiram à cruzada para a transformação global. Eles partilham um plano; a destruição do cristianismo.

Como as certezas bíblicas funcionam como uma barreira contra o pensamento de grupo e as ilusões dialécticas, o que poderia servir melhor aos propósitos globais do que deturpar o coração do evangelho cristão: a pureza, a morte, sepultamento e ressurreição de nosso Senhor Jesus Cristo? O tempo em que essa farsa está acontecer não é acidente. Essa nova "revelação" — que está a acontecer depois do lançamento do The Secret — veio à tona a tempo de corromper a celebração da ressurreição de Cristo na mente de muitas pessoas em todo o mundo.

Tudo faz sentido quando nos lembramos que o canal pago Discovery faz parte de uma teia de meios de comunicação chamado Discovery Communications. Nos últimos anos, o seu vice-presidente para Política Pública e Comunicações é Donald A. Baer, um influente membro do Conselho das Relações Internacionais (o CFR) e um "ex-assistente do ex-presidente Clinton para Planeamento Estratégico e Comunicações" [Veja CFR: Task Force Members]

A comunicação estratégica — seja propaganda directa, censura nos meios de comunicação, ou factos "convenientes" — é vital para o plano do CFR para uma Nova Ordem Internacional. [Como Aldous Huxley advertiu em Admirável Mundo Novo Revisitado (a sua actualização de 1958 de Admirável Mundo Novo), a ênfase na manipulação psico-social foi estabelecida há muitos anos.

"Existem dois tipos de propaganda — propaganda racional em favor da acção que é consonante com o interesse próprio esclarecido daqueles que a criam e daqueles para quem ela é dirigida, e propaganda não-racional que não é consoante com o interesse próprio esclarecido de ninguém, mas é ditada e apela à paixão..."

"A propaganda a favor da acção que é consonante com o interesse próprio esclarecido apela à razão por meio de argumentos lógicos baseados nas melhores evidências disponíveis plena e honestamente apresentadas. A propaganda em favor da acção ditada pelos impulsos que estão sob o interesse próprio oferece evidências falsas, distorcidas ou incompletas, evita argumentos lógicos e procura influenciar as suas vítimas pela mera repetição de algumas frases, pela furiosa denúncia de bodes expiatórios internos ou externos e associando engenhosamente as paixões mais baixas com os ideais mais nobres, para que as atrocidades sejam perpetradas em nome de Deus..."

"O poder de responder à razão e verdade existe em todos nós. Mas assim, infelizmente, também a tendência de responder à irracionalidade e à falsidade — particularmente naqueles casos em que a falsidade evoca alguma emoção agradável, ou em que o apelo à irracionalidade produz algum sentimento de resposta dos instintos mais primitivos, provocadas normalmente por mensagens subliminares... "

"Portanto, a comunicação de massas, não é boa nem má; é simplesmente uma força e, como tal, pode ser usada para o bem ou para o mal. Usados de um modo, a imprensa, a rádio e o cinema são indispensáveis para a sobrevivência da democracia. Usados de outro modo, estão entre as armas mais poderosas no arsenal de um ditador..."

"No Oriente totalitário, há uma censura política e os meios de comunicação de massas é controlada pelo Estado. No ocidente democrático, existe a censura económica e a comunicação de massas é controlada pela Elite do Poder..." Aldous Huxley, Brave New World Revisited (New York: Perennial Library, 1958), pg 32-35

Não sendo uma parte pequena dessa Elite do Poder, a Discovery Communications exerce a sua influência de transformação de mentes por meio da sua vasta rede de operações globais que inclui o Discovery Channel, Animal Planet, Discovery Health Channel, Discovery Kids, Discovery Times Channel, TLC, Travel Channel, The Science Channel, Military Channel, Discovery Home Channel, Discovery em Espanhol e dezenas de outros. Será difícil imaginar o tipo de acontecimentos e cosmovisões esse sistema gigantesco de Comunicação promove? Ou quais censura?

Vejamos a página na Internet sobre 'A Tumba Perdida de Jesus'. Dizem que "centenas de tumbas e milhares de ossários (caixas de ossos de calcário) já foram descobertos em Jerusalém... Uma dessas tumbas descobertas continha dez ossários. Seis dos ossários nessa tumba contêm inscrições. Cada inscrição nessa tumba em particular relaciona-se com os evangelhos." "The Lost Tomb of Jesus" http://dsc.discovery.com/convergence/tomb/about/about.html
Mas isto não é verdade! Considere as afirmações e a evidência em contrário:
* Todas as principais epígrafes concordam com relação às inscrições."

Não é verdade! Steve Caruso, um tradutor profissional na Aramaic Designs, estuda o aramaico há quase dez anos. Descodificar a escrita e os traços imprecisos não é nada fácil:
"De todas as inscrições, a que é atribuída a Jesus é a mais difícil de compreender e, como resultado, a mais difícil de interpretar... Honestamente não consigo ver como Bar ou 'filho (de)' foi implicado, mas isso não é totalmente claro ou coerente. Com Yeshua ou 'Jesus', entretanto, tive uma grande dificuldade..." Steve Caruso, Aramaic Designs.

"Isto não é académico e nem científico", disse o professor Kloner, o gerente da pesquisa original. Rejeitando totalmente as afirmações do Discovery Channel, ele "notou que o documentário gasta cerca de dez minutos a falar sobre o 'ossário perdido', sugerindo que ele poderia ser o mesmo ossário que apareceu alguns anos antes nas mãos de um distribuidor de antiguidades". Ele lembra que "Os especialistas mais tarde desacreditaram o ossário (que tinha a inscrição 'Tiago, filho de José, irmão de Jesus') como uma falsificação e uma fraude."

A Wikipedia cita David Mavorah, curador do Museu de Israel em Jerusalém, que diz: "Sabemos que nomes como José, Jesus e Mariamene estavam todos entre os mais comuns daquele período. Iniciar dizendo que todos esses nomes aparecem juntos em uma única tumba e depois dizer que essa é a tumba de Jesus é um pouco exagerado, para dizer o mínimo."

* "Todos os arqueólogos confirmam a natureza da descoberta." "The Lost Tomb of Jesus" http://dsc.discovery.com/convergence/tomb/about/about.html
Não é verdade! "Há vários anos que conheço a existência desses ossários e assim também muitos outros arqueólogos", diz o professor aposentado William Dever, a quem muitos eruditos nos EUA consideram "o deão da arqueologia bíblica". "Nenhum de nós pensou que aquilo era uma grande coisa, porque esses nomes judaicos eram muito comuns naquele período", ele explicou. "Isto é não passa de publicidade, que deixará essas pessoas muito ricas, mas decepcionará milhões de pessoas inocentes que não sabem o suficiente para separar o fato da ficção." Alan Cooperman, "Jesus tomb claim denounced" The Honolulu Advertiser, de Março de 2007,

Outros concordam. "Importantes arqueólogos em Israel e nos Estados Unidos estão a denunciar a pretensa descoberta da tumba de Jesus como meio de publicidade", escreve Alan Cooperman no seu artigo "Jesus tomb claim denounced". E continua:
"É repulsivo a afirmação do Discovery Channel de ter encontrado o local do sepultamento de Jesus, de Maria Madalena e, o que é mais explosivo, do possível filho de ambos, vieram não somente de eruditos cristãos mas também de especialistas judeus e seculares que disseram que seus julgamentos não tiveram pudor por qualquer desejo de preservar a ortodoxia cristã."
"Todo esse caso (da tumba de Jesus) está furado do início ao fim", disse Jodi Magness, um arqueólogo na Universidade da Carolina no Norte em Chapel Hill. Ele disse: "…os cineastas armaram tudo como se fosse um debate académico legítimo, quando a vasta maioria dos eruditos especializados em arqueologia daquele período rejeitou totalmente isso."

* O filme também documenta a extracção de ADN dos restos humanos encontrados em dois dos ossários e revela nova evidência que lança luz sobre o relacionamento de Jesus com Maria Madalena." "The Lost Tomb of Jesus" http://dsc.discovery.com/convergence/tomb/about/about.html

Não é verdade! Essa afirmação absurda esconde a verdade que ninguém testou ou armazenou estes dois mil anos o ADN de Jesus! Testes de ADN para determinar a identidade — mesmo nos mais prestigiosos laboratórios — não significam nada se não houver uma amostra original que sirva para comparação. Testar a associação do ADN de indivíduos ou de membros de família desconhecidos pode parecer "científico", mas não prova coisa alguma sobre nosso Senhor!
Não somente o Discovery Channel divulga a sua mensagem blasfema sobre o estandarte prestigioso da "ciência", mas também invoca os mistérios ocultos que estão por trás do gnosticismo. A afirmação a seguir, do director Simcha Jacobovici, (publicada no sítio do Discovery Channel na Internet) mostra como essas heresias escondidas por tanto tempo eram importantes para os cineastas.

A dramatização filmada de Maria, Jesus e a falsa tumba feita pelo Discovery Channel e a falsa tumba torna tudo o mais crível. Para um mundo que está em busca de emoções espirituais, essa "história" gnóstica com as suas imagens dramatizadas podem parecer demasiado real para se resistir.

Conclusão
Os ataques actuais ao cristianismo estão bem sincronizados e cada vez mais ousados. Mas eles não nos devem surpreender. Cegas pela torrente interminável de distracções e entretenimentos que o mundo oferece, as massas não têm muito tempo para as verdades, os factos e a lógica vitais que permitiriam resistir ao engano.

Não sabemos qual será a natureza dos próximos ataques a Deus e ao Seu povo, mas conhecemos o Deus que reina no nosso meio. Estejamos prontos para permanecer firmes n´Ele quando esses ataques acontecerem.

"Sabemos que somos de Deus, e que todo o mundo está no maligno." [1 João 5:19]

"Rogo-vos, pois, que, quando estiver presente, não me veja obrigado a usar com confiança da ousadia que espero ter com alguns, que nos julgam, como se andássemos segundo a carne. Porque, andando na carne, não militamos segundo a carne. Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas sim poderosas em Deus para destruição das fortalezas; destruindo os conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo; e estando prontos para vingar toda a desobediência, quando for cumprida a vossa obediência." [2 Coríntios 10:2-6]

23/01/2009

OUTRO MODO DE OBTER A SALVAÇÃO - O ESCAPULÁRIO

O escapulário do Carmo é definido como sendo uma "tira de pano que os frades e freiras de certas ordens trazem sobre o peito" (Dicionário Aurélio). Normalmente, quando se fala de um escapulário costuma referir-se o escapulário da Ordem do Carmo, que é reconhecido pela Igreja Católica e que todos os Papas do século XX usaram.

O Escapulário do Carmo está ligado a uma venerável tradição carmelita, a saber, à "visão" de São Simão Stock. Segundo esta tradição, Nossa Senhora teria aparecido a São Simão Stock, trazendo o escapulário na mão e dizendo: «Hoc tibi et tuis privilegium: in hoc moriens salvabitur». Por outras palavras: «aquele que fizesse parte da Ordem (recebesse e usasse o escapulário como sinal dessa pertença) seria salvo definitivamente».

Outra questão ligada ao Escapulário do Carmo é a da bula de Papa João XXII (que tem o relato de uma visão sua e o chamado "privilegio sabatino"). Esta bula, analisada pela recente crítica histórica, foi considerada como não autêntica e infundada.

Vastíssima foi a difusão da devoção do Escapulário do Carmo entre os fiéis a partir do século XV. Deste modo, o escapulário tem servido de instrumento para estender a família Carmelita para além do círculo dos frades e freiras, com a ampla agregação de leigos devotos do Escapulário.
Além de sinal de agregação à Ordem do Carmo, o escapulário é também sinal de pertença a Maria; é símbolo próprio para exprimir devoção à Mãe de Jesus, bem como a filiação dos fiéis à família Carmelita. Para os leigos carmelitas, hoje em dia, o escapulário é uma pequena tira de pano ou mesmo medalha metálica que estes usam após uma singular cerimónia de imposição.
Sinal externo, exprime a convicção do afiliado a viver consagrado à Virgem Maria e sob a sua protecção. Recorda àquele que o usa, o compromisso da Ordem e o seu jeito de vida, a dimensão mariana do carisma carmelita (que se caracteriza por uma vida de familiaridade com Maria, impregnada de oração, imitação e presença).

Concretamente, como meio de consagração, o escapulário fala - como dizia o Papa Pio XII - de humildade, de castidade, de oração contínua e de todas as virtudes da Mãe, das quais o devoto se deve revestir e é convidado a uma íntima união com Deus e ao serviço humilde do próximo na Igreja.

A devoção dos católicos afirma que, com seu materno amor, Maria cuida dos irmãos de Seu Filho que ainda peregrinam, vivendo no meio de perigos e dificuldades, até que cheguem à Pátria Celeste. A doutrina mariana afirma: «um verdadeiro devoto de Maria salva-se». O Escapulário do Carmo, assim entendido, concretiza a maternidade espiritual de Maria que protege na vida, salva na morte e intercede depois a morte.

A doutrina católica romana ensina que uma pessoa pode escapar do "fogo eterno" se morrer com um escapulário (também chamado de bentinhos) em volta do pescoço! Esse plano de salvação alternativo é o "outro evangelho" sobre o qual o apóstolo Paulo advertiu.

Antes de começarmos a examinar o ensino católico sobre os escapulários, vejamos as proibições bíblicas sobre os acréscimos às Escrituras e, especialmente a proibição à pregação de outro evangelho, diferente daquele que foi anunciado por Jesus Cristo e por seus apóstolos.
Não podemos fazer acréscimos às Escrituras

"O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar." [Mateus 24:35].
"Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido." [Mateus 5:18].
Se Jesus disse que nenhum jota e nem um til passarão até que ele volte, como então os homens se atrevem a eliminar as palavras que o Senhor ainda considera válidas?
"Não acrescenteis à palavra que vos mando, nem diminuireis dela, para que guardeis os mandamentos do SENHOR vosso Deus, que eu vos mando." [Deuteronômio 4:2].
"Tudo o que eu te ordeno, observarás para fazer; nada lhe acrescentarás nem diminuirás." [Deuteronômio 12:32].
"Toda a Palavra de Deus é pura; escudo é para os que confiam nele. Nada acrescentes às suas palavras, para que não te repreenda e sejas achado mentiroso." [Provérbios 30:5-6].

Reparou na forma enfática de Deus chamar a pessoa que faz acréscimos à sua palavra "mentiroso"? O mesmo se aplica àquele que remover algo da Palavra de Deus. Neste ponto, precisamos lembrar que quase todas as Tradições da Igreja Católica Romana são "acréscimos" às Escrituras! Assim, também são proibidas (e devem ser rejeitadas).

"Porque eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro que, se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro; e, se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte do livro da vida, e da cidade santa, e das coisas que estão escritas neste livro." [Apocalipse 22:18-19].
Essa advertência é do próprio Jesus Cristo e é muito severa. Ele parece estar dizendo que negará a entrada nos céus a qualquer pessoa que faça acréscimos ou remoções na sua palavra. No entanto, essa advertência é apenas uma repetição das anteriores.

Os Escapulários Oferecem um Modo Fácil e Barato de "Escapar do Fogo Eterno"
Vamos examinar agora o que a Igreja Católica ensina sobre os escapulários. O Novo Catecismo de São José de Baltimore define os escapulários assim: "Escapulário — dois pedaços quadrados de pano ligados por cordões que são colocados em torno do pescoço, um na frente e outro atrás; o uso do escapulário confere indulgências". [pg 250].

Em seguida, na página 224, na secção intitulada "Os Sacramentais", a questão dos escapulários é discutida novamente. "Quais são os objectos bentos de devoção mais usados pelos católicos?" Resposta: Os objectos bentos de devoção mais usados pelos católicos são: água benta, velas, cinzas, palmas, crucifixos, medalhas, rosários, escapulários e as imagens de Nosso Senhor, da Virgem Bendita e dos santos".

Agora que sabemos o que é um escapulário, quais são os ensinos referentes ao seu uso? Adquirimos um escapulário em uma livraria católica no Santuário La Salette, em Attleboro, Massachusetts. Dentro do pacote havia um panfleto que descrevia a importância do escapulário. O título dizia:
"Atribua Grande Importância ao seu Escapulário – É uma Garantia da Salvação"
"Aquele que morrer vestindo seu escapulário não sofrerá o fogo eterno" — Promessa de Maria a São Simão Stock, 16/7/1251"
"O seu escapulário deve ter então um profundo significado para você. É um rico presente trazido dos céus por Nossa Senhora em pessoa. 'Vista-o com devoção e perseverança', ela diz a cada um. 'É a minha vestimenta. Estar com ele significa que você pensa em mim continuamente, e eu, da minha parte, sempre estarei pensando em você e ajudando-o a obter a vida eterna."
"Santo Alfonso disse: Do mesmo modo como os patrões sentem orgulho vendo os seus empregados vestirem uniformes, assim também a santíssima Maria fica feliz quando os seus servos vestem os seus escapulários, como um sinal de que estão dedicados ao seu serviço e que são membros da família da Mãe de Deus."
"A verdadeira devoção à Maria consiste em veneração - confiança, amor. Usar o escapulário é um modo de dizer à Maria que a veneramos, amamos e que confiamos nela."
"O escapulário é uma oração. Nosso Senhor nos ensinou a dizer o Pai Nosso. Maria nos ensinou o valor do escapulário. Quando o usamos como uma reza, Nossa Senhora leva-nos para perto do Sagrado Coração de seu Divino Filho. Portanto, é uma boa coisa ter o escapulário nas mãos ao rezar à Nossa Senhora." [Ênfase no panfleto].
"Uma reza proferida com o escapulário místico nas mãos é a mais perfeita que pode ser feita. É especialmente nas horas da tentação que precisamos da poderosa intercessão da Mãe de Deus; o espírito maligno nada pode contra aquele que enfrenta a tentação invocando Maria e portando o escapulário em sua silenciosa devoção."
"Se estivesses dedicado a mim, não terias incorrido em tal perigo', foi a gentil repreensão de Nossa Senhora ao beato Alan.' [Ênfase no panfleto].
"Como você ama o escapulário de Maria, venere-o frequentemente." [Ênfase no panfleto].
"O papa Bento XV conferiu uma indulgência parcial cada vez que o escapulário for beijado. A maternidade de Maria não está limitada aos católicos; está estendida a todos os homens. Muitos milagres de conversão já foram realizados em favor de bons não-católicos que praticaram a devoção ao escapulário." [Ênfase no panfleto].
"Eu queria saber se Maria real e verdadeiramente se interessava por mim e pelo escapulário. Ela me deu a mais tangível certeza. Apenas preciso abrir meus olhos. Ela colocou sua protecção no escapulário: Aquele que morrer usando o escapulário não sofrerá o fogo eterno.' Beato Cláudio de la Colombière" [Ênfase no original].
"O livro Sign of Her Heart (sobre o escapulário) e outros títulos, folhetos e artigos religiosos podem ser adquiridos na: The Blue Army of Our Lady of Fátima, Washington, NJ 07882."
"Imprimatur: Thomas O´Leary, D.D., Bispo de Springfield"
O Verdadeiro Evangelho Segundo Jesus Cristo e os Seus Apóstolos
Vamos revisar novamente o ensino básico apresentado pelo panfleto sobre o escapulário:
"Aquele que morrer vestindo o escapulário não sofrerá o fogo eterno." - Promessa de Maria a São Simão Stock, 16/7/1251"

Este não é o evangelho, as boas novas pregadas por Jesus Cristo e por seus apóstolos! Vamos examinar a verdadeira salvação da condenação eterna. O próprio Jesus Cristo a enunciou para nós, em João 3:16,18: "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigénito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigénito Filho de Deus."

De acordo com essa passagem, e muitas outras no Novo Testamento, a salvação depende unicamente da fé em Jesus Cristo! Leia novamente as palavras de Jesus Cristo: "Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado; porquanto não crê no nome do unigénito Filho de Deus."

Vamos reler a última frase: "Quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigénito Filho de Deus." Você vê aqui alguma menção sobre o uso do escapulário ou a confiar no escapulário, ou em confiar em Maria, para a salvação? Não, não vê! Após ler todo o panfleto que promete a salvação do "fogo eterno" para quem morrer com o escapulário, não pude deixar de observar que o nome de Jesus nem sequer é mencionado! No entanto, de acordo com as próprias palavras de Jesus Cristo, a salvação depende unicamente de crer no Seu nome (Actos 4:12)! Leia novamente: "Quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigénito Filho de Deus".

Deus é Zeloso e Não Aceita Dividir a Sua Glória.
Esse panfleto fala muito sobre a devoção à Maria e ao escapulário. Observe que no texto citado anteriormente, Jesus Cristo fala sobre a verdadeira devoção que devemos lhe dar. "Quem crê nele não é condenado."

Além disso, precisamos observar neste ponto que Deus disse que é um Deus zeloso, que não compartilha sua glória com ninguém. Veja Êxodo 20:4-5, em que Deus proíbe a fabricação e a adoração às imagens de escultura. Veja também Êxodo 34:14, Deuteronómio 4:24; 5:9; 6:15; Josué 24:19-20.

Finalmente, observe o que Deus acha de dar a glória que Lhe pertence a Ele a outrem:
"Eu sou o SENHOR, este é o meu nome; a minha glória, pois, a outrem não darei, nem o meu louvor às imagens de escultura." [Isaías 42:8; Deus referencia aqui as imagens de escultura].
"Por amor de mim, por amor de mim o farei; porque, como seria profanado o meu nome? E a minha glória não a darei a outrem." [Isaías 48:11].

Essa apresentação do escapulário como uma forma de escapar do fogo eterno constitui outro modo de ir aos céus, outro evangelho. Como mencionei anteriormente, em todo o panfleto não há sequer uma menção ao nome de Jesus Cristo. Isso é sério, pois somos salvos do fogo eterno somente pelo nome e pelo sacrifício de sangue de Jesus Cristo.

"Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim." [João 14:6] Ninguém pode ir ao Pai que está nos céus senão por meio de Jesus Cristo!
Além disso, esse "outro evangelho" desconsidera o sacrifício de Jesus Cristo na cruz. Na verdade, é uma contrafacção ao sacrifício pelo qual somos libertos dos nossos pecados e salvos do fogo eterno. Não se engane sobre a tremenda verdade que a vida, ministério e morte de Jesus Cristo na cruz custaram-lhe muito caro e não deve ser negligenciado por ensinos como o do escapulário! Na verdade, o ensino sobre o escapulário expõe Jesus Cristo e seu sacrifício na cruz a um contínuo vitupério, pois é como se dissesse a Jesus Cristo que o Seu sacrifício não foi suficiente para salvar os pecadores do fogo eterno; é assentir que é preciso "acrescentar" o ensino sobre o escapulário. A Bíblia ensina que ninguém pode ser salvo enquanto estiver expondo o Filho de Deus ao vitupério contínuo.

Leia: "Porque é impossível que os que já uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial, e se tornaram participantes do Espírito Santo, e provaram a boa palavra de Deus, e as virtudes do século futuro, e recaíram, sejam outra vez renovados para arrependimento; pois assim, quanto a eles, de novo crucificam o Filho de Deus, e o expõem ao vitupério." [Hebreus 6:4-6].

Você compreendeu esta frase? Enquanto você continuar a expor Jesus Cristo à vergonha e à desgraça contínua, não poderá ser salvo! Não somente a Missa expõe Jesus Cristo ao vitupério e à desgraça continuamente, mas também esse ensino que seu sacrifício na cruz não é suficiente para salvá-lo, de modo que você também precisa dar sua devoção à Maria por meio de muitas coisas, inclusive essa tolice do escapulário.

Esta é uma advertência de Deus a você, meu amigo católico. Quando dedica sua calorosa devoção a qualquer objecto de adoração que não seja o próprio Deus ou Jesus Cristo, está condenando sua alma eterna ao inferno. Sempre que alguma pessoa na Igreja Católica Romana, o encoraja a fazer devoção à Maria, aos santos ou aos "objectos bentos", como o escapulário, está condenando sua alma ao inferno.

Permita que o apóstolo Paulo tenha a palavra final sobre a questão. Como o ensino sobre o escapulário é "outro evangelho", outro modo de ir aos céus, as palavras de Paulo, têm um novo significado.

Leia: "Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema. Assim, como já vo-lo dissemos, agora de novo também vo-lo digo. Se alguém vos anunciar outro evangelho além do que já recebestes, seja anátema." [Gálatas 1:8-9].

Paulo repete a advertência para enfatizar bem. Ele usa a palavra "anátema", que é equivalente a dizer "que vá para o inferno". Portanto, ele está dizendo que, quando uma pessoa propõe outro evangelho, "que vá para o inferno"!

Busque somente em Jesus Cristo a salvação, meu amigo. Oramos para que o Espírito Santo abra o seu coração e a sua mente para que reconheça a verdade destas palavras. Oramos para que a sua ardente devoção seja oferecida somente a Jesus Cristo, o amado das nossas almas, como Ele exige em João 3:18.

Será que o Senhor Jesus Cristo exige que esse tipo de devoção seja dado unicamente a Ele? [Leia João 3:16-18 novamente o número de vezes que for necessário até compreender essa verdade fundamental.] A Igreja Católica Romana está a mentir e se aceitar essa mentira o seu destino eterno está em perigo.



A BÍBLIA REVELAÇÃO DE DEUS


Tendo visto agora que a existência de Deus é um facto estabelecido, um facto mais certo que qualquer conclusão resultante de um argumento formal, porque é o fundamento necessário de toda a razão, passamos à consideração de uma outra matéria. Há agora, e tem havido por séculos, um livro peculiar neste mundo, chamado Bíblia, que professa ser a revelação de Deus. Os seus escritores falam nos termos mais ousados de sua autoridade como interlocutores de Deus. Esta autoridade tem sido admitida por milhões de habitantes da terra, tanto no passado como no presente. Desejamos perguntar, portanto, se este livro é o que ele professa ser e o que ele tem sido e se crê ser por uma multidão de gente, - uma revelação de Deus. Se não é uma revelação de Deus, então os seus escritores ou foram enganados ou foram enganadores maliciosos.

I. É a Bíblia historicamente autêntica?

Por esta pergunta queremos dizer: É a Bíblia verosímil como um arquivo de factos históricos? Há mais ou menos um século críticos sustentaram ser a Bíblia inverosímil como história. Disseram que os quatro reis mencionados em Génesis 14:1 nunca existiram e que a vitória dos reis do Ocidente contra os do Oriente, como descrita neste capítulo, nunca ocorreu. Negaram que um tal povo como os hititas tenha existido. Sargão, mencionado em Isaías 20:1 como rei da Assíria, foi considerado como uma personagem mitológica. Mas como é agora? Podemos dizer hoje, após se fazerem extensas investigações concernentes às nações antigas, que nem um só ponto da Bíblia fica refutado. As orgulhosas afirmações para denegrir a Bíblia e o Seu Autor, só provam uma ousadia que tem por fundamento uma certa ignorância.

O Prof. A. H. Sayce, um dos mais eminentes dos arqueólogos, diz: "Desde a descoberta das tábuas de Tel el-Amarna até agora, grandes coisas foram trazidas pela arqueologia e cada uma delas confirma a Bíblia. Devo também dizer, que muitas destas descobertas são destruidoras dos críticos bíblicos”. Há um pouco mais de uma década a United Press irradiou o testemunho de A. S. Yahuda, primeiramente professor de História Bíblica na Universidade de Berlim e mais tarde da língua semítica na Universidade de Madrid no sentido que "toda a descoberta arqueológica da Palestina e Mesopotâmia do período bíblico revela a exactidão histórica da Bíblia ".

II. É a Bíblia revelação de Deus?

Estamos agora na consideração de uma outra questão. Um livro historicamente correcto podia ser de origem humana. É isto verdade em relação à Bíblia?
1. UMA PROBABILIDADE ANTECEDENTE.
Um pensamento cuidadoso, á parte da questão se a Bíblia é a revelação de Deus, convencerá qualquer crente bem intencionado da existência de Deus de que é altamente provável que Deus deu ao homem uma revelação escrita explícita e duradoura da vontade divina. A consciência do homem informa-o da existência da lei. Como foi bem dito: "A consciência não estabelece uma lei, ela adverte da existência de uma lei." (Diman, Theistic Argument).

Quando o homem tem o senso comum de que está procedendo mal, ele tem a indicação de que transgrediu alguma lei. Quem mais, fora de Jeová, cuja existência achamos ser um fato estabelecido, poderia ser o autor dessa lei? E desde que o homem pensa intuitivamente de Deus como sendo bom, ele deve pensar do propósito de Sua lei como sendo bom. Portanto, não podemos pensar desta lei como sendo para o mero propósito de condenação. Deve ser que esta lei é para a disciplina do homem em justiça. Devemos também concluir que Deus, sendo mostrado ser sábio por Suas maravilhosas obras, usaria dos meios mais eficazes para a execução do seu propósito por meio da lei. Isto é forte argumento da revelação escrita, porque qualquer grau notável de obediência a uma lei justa é impossível ao homem sem conhecimento dessa lei. A natureza e a razão são incertas, indistintas, incompletas e insuficientes para tal propósito.

Mais ainda, E. Y. Mullins diz: "A mesma ideia de religião contém no seu âmago a ideia de revelação. Nenhuma definição de religião que omite essa outra ideia pode permanecer à luz dos fatos. Se o fiel fala a Deus e Deus fica em silêncio ao fiel, temos somente um ângulo da religião e a religião torna-se uma casuística sem sentido" (The Christian Religion in its Doctrinal Expression).

2. UMA PRESUNÇÃO RAZOÁVEL
"Se a Bíblia não é o que o povo cristão do mundo pensa ser, então temos nas nossas mãos o tremendo problema de dar conta da sua crescente popularidade entre a grande maioria do povo mais iluminado da terra e em face de quase toda a oposição concebível" (Jonathan Rigdon, Science and Religion).

Grandes esforços se fizeram para destruir a Bíblia como nunca antes se produziram para a destruição de qualquer outro livro. Os seus inimigos tentaram persistentemente deter a sua influência. A crítica assaltou-a e o ridículo escarneceu-a. A Ciência e a filosofia foram invocadas para a desacreditar. A Astronomia, no descortinar das maravilhas celestes, pediu-se-lhe alguns factos para anular o relato bíblico, a Geologia, nas suas buscas na terra teve e tem como principal motivo o lançar as suspeitas sobre este Livro.” (J. M. Pendleton, Christian Doctrines). Contudo: "Firme, serena, imutável, a mesma Ano após ano... Arde eternamente na chama inapagável; Fulge na luz inextinguível".
Whitaker.

A Bíblia "levanta-se hoje como uma Fénix do fogo com um ar de mistura de dó e desdém pelos seus adversários, tão ilesa como foram Sadraque, Mesaque e Abede-Nego na fornalha de Nabucodonosor" (Collet, All About the Bible).

Não é provável que qualquer produção meramente humana pudesse triunfar sobre semelhante oposição como a que se moveu contra a Bíblia.

3. PROVAS DE QUE A BÍBLIA É A REVELAÇÃO DE DEUS.
(1) As grandes diferenças entre a Bíblia e os escritos dos homens evidenciam que ela não é uma simples produção humana.
Estas diferenças são:
A. Quanto ás suas profundezas e alcances de sentido.
"Há infinitas profundezas e alcances inexauríveis de sentido na Escritura, cuja diferença é de todos os outros livros e que nos compelem a crer que o seu autor deve ser divino" (Strong). Podemos apanhar as produções dos homens e ajuntar tudo quanto eles têm a dizer numa só leitura. Mas não assim com a Bíblia. Podemos lê-la repetidamente e achar novos e mais profundos sentidos. Vacilam nossas mentes ante sua profundeza de sentido.

B. Quanto ao seu poder, encanto, atracção e frescura perene.
Os escritores bíblicos são incomparáveis no "seu poder dramático", esse encanto divino e indefinível, esse atractivo misterioso e sempre actual que neles achamos em toda a nossa vida como nas cenas da natureza, um encanto sempre fresco. Depois de estarmos deliciados e tocados por essas incomparáveis narrativas em nossa infância remota, elas ainda revivem e afectam as nossas ternas emoções mesmo no declínio grisalho. Deve haver, certamente, algo sobre-humano na mesma humanidade dessas formas tão familiares e tão singelas" (L. Gaussen, Theopneustia). E este mesmo autor sugere uma comparação entre a história de José na Bíblia e a mesma história no Al-Korão. Outro autor (Mornay) sugere uma comparação entre a história de Israel na Bíblia e a mesma história em Flavio Joséfo. Diz ele que ao ler a história bíblica, os homens "sentirão vibrar todos os seus corpos, mover seus corações, sobrevindo-lhes num momento uma ternura de afecto, mais do que se todos os oradores da Grécia e Roma lhes tivessem pregado as mesmas matérias por um dia inteiro". Diz ele dos relatos de Joséfo, "que se deixarão mais frio e menos emocionado do que quando os achou". Ajunta então: "Que, então, se esta Escritura tem na sua humildade mais elevação, na sua simplicidade mais profundeza, na sua ausência de todo esforço mais encantos, na sua rudeza mais vigor e alvo do que podemos achar noutro lugar qualquer?"

C. Quanto a sua incomparável concisão.
No livro do Génesis temos uma história que fala da criação da terra e de ela ser feita lugar adequado para habitação do homem. Fala da criação do homem, animais, plantas e da sua colocação na terra. Fala da apostasia do homem, do primeiro culto, do primeiro assassínio, do dilúvio, da repopulação da terra, da dispersão dos homens, da origem da presente diversidade de línguas, da fundação da nação judaica e do desenvolvimento e das experiências dessa nação durante uns quinhentos anos; tudo, todavia, contido em cinquenta capítulos notavelmente breves. Comparai agora com isto a história escrita por Joséfo. Tanto Moisés como Joséfo foram judeus, ambos escreveram sobre os judeus, mas Joséfo ocupa mais espaço com a história de sua própria vida do que Moisés consome no arquivo da história desde a criação até ä morte de José. Tomai também os escritos dos evangelistas. "Quem entre nós podia ter sido durante três anos e meio testemunha constante, amigo apaixonadamente chegado, de um homem como Jesus Cristo; quem podia ter podido escrever em dezasseis ou dezassete curtos capítulos,... a história inteira dessa vida: - do Seu nascimento, o Seu ministério, dos Seus milagres, das Suas pregações, dos Seus sofrimentos, de Sua morte, de Sua ressurreição, de Sua ascensão aos céus? Quem entre nós teria julgado possível evitar de dizer uma palavra sobre os primeiros trinta anos de uma semelhante vida? Quem entre nós podia ter relatado tanto actos de bondade sem uma exclamação; tantos milagres sem uma reflexão a respeito; tantos sublimes pensamentos sem uma ênfase; tantas fraquezas sem pecado no seu Mestre e tantas fraquezas pecaminosas nos Seus discípulos, sem nenhuma supressão; tantos casos de resistência, tanta ignorância, tanta dureza de coração, sem a mais leve desculpa ou comento? É assim que os homens escrevem história? E mais, quem entre nós podia ter sabido como distinguir o que exigia ser dito por alto do que exigia sê-lo em minúcia?" (Gaussen).

(2) A revelação de coisas que o homem, deixado a si mesmo, jamais podia ter descoberto dá evidência da origem sobre-humana da Bíblia.

A. O relato da Criação.
Onde pôde Moisés ter obtido isto, se Deus não lho revelou? "A própria sugestão de ter Moisés obtido sua informação histórica dessas lendas com origem nos caldeus e de Gilgamesh... é simplesmente absurda; porque, interessantes como são, estão de tal modo cheias de asneiras que Moisés teria sido impossível ou a qualquer outro homem, fazer sobressair de tais lendas místicas os registos sóbrios, reverentes e científicos que se acham no livro do Génesis" (Collett).

B. A doutrina dos anjos.
"Foi alguma coisa parecida com os anjos concebida pela imaginação do povo, pelos seus poetas, ou pelos seus sábios? Não; nem mesmo mostraram jamais aproximar-se disso. Perceber-se-á, quão impossível foi, sem uma operação constante da parte de Deus, que as narrativas bíblicas, ao tratarem de um tal assunto, não tivessem considerado constantemente a impressão humana demais de nossas acanhadas concepções; ou que os escritores sagrados não tivessem deixado escapar de suas penas toques imprudentes ao vestirem os anjos com atributos divinos demais ou afectos humanos demais." (Gaussen).

C. A Omnipresença de Deus.
Representam as seguintes passagens a conclusão da filosofia humana?
"Sou eu um Deus de perto, diz Jeová, e não sou um Deus de longe? Pode alguém esconder-se em lugares secretos de modo que eu não o veja? diz Jeová. Não encho eu o céu e a terra? diz Jeová (Jer. 23:23,24).

"Para onde me irei do Teu Espírito, ou para onde fugirei da Tua face? Se subir ao céu, lá Tu estás; se fizer no inferno a minha cama, eis que ali estás também. Se tomar as asas da alva, se habitar nas extremidades do mar, até ali a Tua mão me guiará e a Tua destra me susterá." (Sal. 139:7-10).

Estas passagens e outras na Bíblia ensinam, não o panteísmo, nem que Deus está em diferentes lugares sucessivamente senão que Ele está em toda a parte ao mesmo tempo e contudo separados como Ser fora da Criação. O intelecto desajudado do homem originou esta concepção, vendo que, mesmo quando ele tem sido acomodado, a mente do homem pode compreende-lo só parcialmente?

D. O problema da redenção humana.
Se fora submetido ao homem o problema de como Deus podia ser justo e justificador do ímpio, teria o homem proposto, como solução, que Deus se tornasse carne e sofresse em lugar do homem?

"Que a criatura culpada fosse salva a custa da incarnação do Criador; que a vida viesse aos filhos dos homens através da morte do Filho de Deus; que o céu se tornasse acessível à população distante da terra pelo sangue de uma cruz vergonhosa; estava totalmente remoto a todas as concepções finitas. Mesmo quando a maravilha se tornou conhecida pelo Evangelho, ela excitou o desprezo dos judeus e dos gregos: para os primeiros pedra de escândalo e ofensa, loucura para os últimos. Eram os gregos um povo altamente culto, de intelecto agudo, profundos na filosofia, subtis em arrazoar, mas ridicularizaram a idéia de salvação por meio de um que fora crucificado. Bem podem ser considerados como representando as possibilidades do intelecto humano, o que ele pode fazer; e, tão longe de pretenderem a doutrina cristã da redenção como uma invenção de filósofos, riram-se dela como indigna da filosofia. Rejeitaram os fatos do Evangelho como incríveis, porque pareciam estar em conflito positivo com as suas concepções da razão." (J. M. Pendleton, Christian Doctrines).

"Como podiam esses livros ter sido escritos por semelhantes homens, em semelhantes ambientes sem auxílio divino? Quando consideramos os assuntos discutidos, as ideias apresentadas, tão hostis não só aos seus prejuízos nativos, mas ao sentimento geral então prevalecente nos mais sábios da humanidade, - o sistema todo de princípios entrelaçados em toda a parte da história, poética e promessa, bem como de insignificantes maravilhas e singulares excelências da palavra; as nossas mentes inclinam-se e reconhecem este Livro de Deus num sentido elevado e peculiar" (Masil Manly, The Bible Doctrine of Inspiration).

(3) A unidade maravilhosa da Bíblia confirma-a como uma revelação divina.
"Eis aqui um volume constituído de sessenta e seis livros escritos em secções separadas, por centenas de pessoas diferentes, durante um período de mil e quinhentos anos, - um volume que antedata nos seus registros mais antigos todos os outros livros no mundo, tocando a vida humana e o conhecimento em centenas de diferentes pontos. Contudo, evita qualquer erro absoluto e assinalável ao tratar desses inumeráveis temas. De que outro livro antigo se pode dizer isto? De que livro mesmo centenário se pode dizer isto?" (Manly, The Bible Doctrines of Inspiration).

A Bíblia contém quase toda a forma de literatura, - história, biografia, contos, dramas, argumentos, poética, sátiras e cantos. Foi escrita em três línguas por uns quarenta autores diferentes, que viveram em três continentes. Esteve no processo de composição uns mil quinhentos ou seiscentos anos. "Entre esses autores estiveram reis, agricultores, mecânicos, cientistas, advogados, generais, pescadores, estadistas, sacerdotes, um colector de impostos, um doutor, alguns ricos, alguns pobres, alguns citadinos, outros camponeses, tocando assim todas as experiências dos homens." (Peloubet, Bible Dictionary).

Entretanto, a Bíblia está em harmonia em todas as suas partes. Os críticos tem imaginado contradições, mas estas desaparecem como o nevoeiro ao sol matutino quando se sujeitam à luz de uma investigação inteligente, cuidadosa, cândida, justa e simpática. Os seguintes sinais de unidade caracterizam a Bíblia:
A. É uma unidade no seu desígnio.
O grande desígnio número um que percorre toda a Bíblia é a revelação de como o homem, alienado de Deus, pode achar restauração ao favor e à comunhão de Deus.
B. É uma unidade no seu ensino a respeito de Deus
Cada informação na Bíblia concernente Deus é compatível com todas as outras afirmações. Nenhum escritor contraditou qualquer outro escritor ao escrever sobre o tema estupendo do Deus inefável e infinito!
C. É uma unidade no seu ensino a respeito do homem.
Em toda a parte da Bíblia mostra-se o homem criatura por natureza corrupta, pecaminosa, rebelde e falida sob a ira de Deus e carecendo de redenção.
D. É uma unidade no seu ensino a respeito da salvação.
O meio de Salvação não se fez tão claro no Velho como no Novo Testamento. Mas vê-se prontamente enunciado no Velho por claramente revelado no Novo Testamento. Pedro afirmou que os santos do Velho Testamento salvaram-se exactamente da mesma maneira que os do Novo, Actos 15:10,11. O suposto conflito entre Tiago e Paulo sobre a justificação será tratada no respectivo capítulo.
E. É uma unidade quanto à Lei de Deus.
Um ideal perfeito de justiça está retratado por toda a Bíblia a desrespeito do fato que Deus, em harmonia com as leis do desenvolvimento humano, ajustou Seu governo às necessidades de Israel para que pudesse erguer-se do seu rude estado. Este ajustamento da disciplina de Deus foi como uma escada descida a um fosso para prover um meio de escape a alguém lá enlaçado. A descida da escada não visa a um encorajamento ao que está no fundo para deter-se lá, mas vem como meio de encorajamento; de modo que a condescendência da disciplina de Deus no caso de Israel não foi pensada como um encorajamento do mal, mas como uma regulação do mal com o propósito de levantar o povo a um plano mais elevado. Negar a unidade da Lei de Deus por causa de adaptações às necessidades dos povos particulares é tão tolo como negar a unidade dos planos do arquitecto pelo facto de ele usar andaimes temporários na execução da obra.
F. É uma unidade revelada de forma progressiva da doutrina.
A verdade toda não foi dada de uma vez na Bíblia. Contudo, há unidade. A unidade no desenrolar progressivo tal como no crescimento vegetal. Primeiro vemos a erva, depois a espiga e então o grão cheio na espiga" (Marcos 4:28).

A força desta unidade maravilhosa na sua aplicação à questão da inspiração da Bíblia está acentuada por David James Burrell como segue: "Se quarenta pessoas dispares de diferentes línguas e graus de educação musical tivessem de passar pela galeria de um órgão em longos intervalos e, sem nenhuma possibilidade de colisão, cada uma delas tocasse sessenta e seis teclas, as quais, quando combinadas, dessem o tema de uma sifonia, submeter-se-ia respeitosamente que o homem que considerasse isso como uma "circunstancia fortuita" seria tido por consenso unânime - tristemente falto de senso comum" (Why I Believe The Bible).

(4) A exactidão da Bíblia em matérias científicas (a Bíblia não pretende ser um Manual de Ciência) prova que ela não é de origem humana.
A. A Bíblia não foi dada para ensinar ciência natural.
Diz-se correctamente que a Bíblia não foi dada para ensinar ciência natural. Não foi dada para ensinar o caminho que os céus vão, mas o caminho que vai para o céu.
B. Todavia, ela faz referência a matérias científicas.
"Por outro lado, contudo, vendo que o universo inteiro esta de tal modo inteira e inseparavelmente ligado com leis e princípios, é inconcebível que este livro de Deus, que confessadamente trata de tudo no universo quanto afecta os mais altos interesses do homem, não fizesse referência alguma a qualquer matéria cientifica; daí acharmos referência acidental a vários ramos da ciência... (Sidney Collett, All About The Bible).
C. E quando a Bíblia faz referência a matérias cientificas, é exactíssima.
A Bíblia não contém os erros científicos do seu tempo. Ela antecipou as gabadas descobertas dos homens centenas de anos. Nenhum dos seus estatuídos provou-se erróneo. E é somente nos tempos hodiernos que os homens chegam a entender alguns deles. Notai as seguintes referências bíblicas a matérias científicas:
(a) A rotundidade da terra. Séculos antes de os homens saberem que a terra é redonda a Bíblia falou do "círculo da terra" (Isaías 40:22).
(b) O suporte de gravitação da terra. Os homens costumavam discutir a questão de que é que sustenta a terra, sendo avançadas diversas teorias. Finalmente os cientistas descobriram que a terra é sustentada pela sua própria gravitação e a de outros corpos. Mas, muitos antes de os homens saberem isto, e enquanto contendiam por este ou aquele fundamento material para a terra, a Bíblia declarou que Deus "pendura a terra sobre o nada" (Job 26:7).
(c) A natureza dos céus. A Bíblia fala dos céus como "expansão" e isto estava tão adiante da ciência que a palavra hebraica (raquia) foi traduzida por "firmamento" (Génesis 1; Sal. 19:6), que quer dizer um suporte sólido.
(d) A expansão vazia do Norte. Foi só na metade do século passado que o Observatório de Washington descobriu que, dentro dos céus do Norte, há uma grande expansão vazia na qual não há uma só estrela visível. Mas antes de três mil anos a Bíblia informou aos homens que Deus "estendeu o Norte sobre o espaço vazio" (Job 26:7).
(e) O peso do Ar. Credita-se Galileu com a descoberta que o ar tem peso, - algo com que os homens jamais tinham sonhado; mas, dois mil anos antes da descoberta de Galileu a Bíblia disse que Deus fez "um peso do vento" (Job 28:25).
(f) A rotação da terra. Ao falar de sua segunda vinda, Cristo deu indicação de que seria noite numa parte, dia na outra (Lucas 17:34-36), implicando assim a rotação da terra sobre seu eixo.
(g) O número de estrelas. Hiparco numerou as estrelas em 1002, mas a Bíblia antecipou as revelações do telescópio e classificou as estrelas com a areia na praia (Gén. 22:17).
Comparai agora esses verdadeiros estatuídos científicos com as noções cruas e com os erros grosseiros concernentes ao universo a serem achados em outras velhas teologias, tais como as de Homero, Hesiodo e os códigos dos gregos; também os livros sagrados dos budistas, bramanes e maometanos.
(5) A profecia cumprida testemunha ao fato que a Bíblia veio de Deus.

A. A referência profética a Ciro.
Cinquenta anos antes do nascimento de Ciro, Rei, o qual decretou que os filhos de Israel voltassem à sua terra, Isaías falou de Deus como "aquele que disse de Ciro, ele é meu pastor e cumprirá tudo o que me apraz, dizendo também a Jerusalém: Sê edificada, e ao tempo: Funda-te" (Isaías 44:28).
B. A profecia do cativeiro babilónico. Vide Jer. 25:11.
C. Profecias a respeito de Cristo.
(a) A rotura de Suas vestes. Salmos 22:18. Cumprimento: João 19:23,24.
(b) O fato de os Seus ossos não serem quebrados. Sal. 34:20. Cumprimento: João 19:36.
(c) Sua traição. Sal. 41:9. Cumprimento: João 13:18.
(d) Sua morte com os ladrões e enterro no túmulo de José. Isaías 53:9. Cumprimento: Mat. 27:38, 57-60.
(e) O Seu nascimento em Belém. Miquéias 5:2. Cumprimento: Mat. 2:1,2; João 7:42.
(f) Sua entrada triunfal em Jerusalém. Zacarias 9:9. Cumprimento: Mat. 21:1-10; João 12:12-16.
(g) O Seu trespasse. Zacarias 12:10. Cumprimento: João 19:34,37.
(h) Dispersão dos Seus discípulos. Zac. 13:7. Cumprimento: Mat. 26:31.
Há, porém, uma explicação plausível da maravilha da profecia cumprida e essa explicação é que Ele "que faz todas as coisas segundo o conselho da Sua vontade" (Efe. 1:11) moveu a mão do escritor da profecia.

(6) O testemunho de Cristo prova a genuinidade da Bíblia como uma revelação de Deus.
Jesus considerou o Velho Testamento como a Palavra de Deus, a ele se referiu frequentemente como tal e disse: "A Escritura não pode ser quebrada" (João 10:35). Ele também prometeu ulterior revelação por meio dos apóstolos (João 16:12,13). Temos assim Sua autenticação do Novo Testamento.

O testemunho de Jesus é de valor único, porque a Sua vida provou-O ser o que Ele professou ser, - a revelação de Deus. Jesus não se enganou; "porque isto arguiria (a) uma fraqueza e loucura montando a positiva insanidade. Mas a Sua vida inteira e carácter exibiram uma calma, dignidade, equilíbrio, introspecção e domínio pessoal totalmente antagónicos com semelhante teoria. Ou arguiria (b) auto-ignorância e auto-exagero que podiam provir apenas da mais profunda perversão moral. Mas a pureza absoluta da Sua consciência, a humildade do Seu espírito, a beneficência abnegada da Sua vida mostram ser incrível esta hipótese". Nem Jesus foi um enganador, porque (a) a santidade perfeitamente compatível da Sua vida; a confiança não vacilante com a qual Ele desafiava para uma investigação das suas pretensões e arriscava tudo sobre o resultado; (b) a vasta improbabilidade de uma vida inteira mentir aos declarados interesses da verdade e (c) a impossibilidade de decepção opera tal bênção ao mundo, - tudo mostra que Jesus não foi um impostor " (A. H. Strong).

III. O que constitui a Bíblia?
Do que já se disse, manifesto é que o autor crê que a Bíblia, revelação de Deus, consiste de sessenta e seis livros do que é conhecido como o Canon Protestante.
Aqui não é necessário um prolongado e trabalhado argumento e nada será tentado. A matéria inteira, tanto quanto respeita aos que crêem na divindade de Cristo, pode ser firmada pelo Seu testemunho.

Notemos:
1. Cristo aceitou os trinta e nove livros de nosso Velho Testamento como constituindo a revelação escrita que Deus tinha dado até aquele tempo.
Esses livros compunham a "Escritura" (um termo que ocorre trinta e três vezes em o Novo Testamento) aceita pelos judeus. Crê-se que eles foram reunidos e arranjados por Esdras. Foram traduzidos do hebraico para o grego algum tempo antes do advento de Cristo. Não pode haver dúvida de que Cristo aceitou esses livros e nenhuns outros como constituindo os escritos que Deus inspirou até aquele tempo. Ele citou esses livros na formula: "Está escrito". Ele referiu-se a eles como "Escritura". E Ele disse: "... a Escritura não pode ser quebrada" (João 10:35).

Por outro lado, nem uma vez Cristo citou ou se referiu aos livros que se acrescentaram ao Cânon Protestante para inteirar o Velho Testamento na Bíblia Católica (Versão Douay). E admiti-se, autoridades católicas, que os judeus do tempo de Cristo não aceitaram os mesmos como inspirados. (Nota adicional: Num Catecismo da Bíblia, escrito pelo "Rev. John O'Brien, M. A.", e publicado pela sociedade Internacional da Verdade Católica, de Brooklyn, à página 10, faz-se esta pergunta sobre esses livros : "Foram os livros adicionados aceitos pelos hebreus?". A resposta dada é: "Não, os hebreus recusaram-se a aceitar esses livros adicionais.") O Cânon Protestante do Velho Testamento é o cânon aceito pelo povo escolhido de Deus e pelo Filho de Deus, bem como pelos Apóstolos.

2. Cristo também prometeu uma revelação ulterior além mesmo de tudo que Ele tinha ensinado.
Em João 16:12,13 achamos Cristo falando aos apóstolos como segue: "Ainda tenho muitas coisas a dizer-vos, mas não as podeis suportar agora. Não obstante, quando Ele, o Espírito de verdade vier, guiar-vos-á em toda a verdade; porque Ele não falará de Si mesmo, mas falará tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas que hão de vir".

Ainda mais: Cristo constituiu aos apóstolos um corpo de mestres infalíveis quando em Mat. 18:18 disse: "Na verdade vos digo: o que ligardes na terra será ligado no céu e o que desligardes na terra será desligada no céu". "Ligar" quer dizer proibir, isto é, ensinar que uma coisa está errada. "Desligar" é consentir, sancionar, ensinar que uma coisa está certa. Assim Cristo prometeu sancionar no céu o que quer que os apóstolos ensinaram na terra. João 20:22,23 é da mesma importância.

No Novo Testamento temos esta revelação ulterior que Cristo deu por meio do Seu corpo infalível de mestres. Os poucos livros não escritos pelos apóstolos receberam o seu lugar no cânon, evidentemente, porque os apóstolos os aprovaram. De qualquer maneira, o seu ensino é o mesmo como o dos demais livros do cânon.

O Novo Testamento veio a existir da mesma maneia que o Velho, isto é, o cânon foi determinado pelo consenso de opinião da parte do próprio povo de Deus. O fato que Deus deu e conservou uma revelação infalível da velha dispensação argue que Ele fez o mesmo com referência ao novo.

IV. É a Bíblia a revelação final de Deus?
A finalidade da Bíblia está sendo rejeitada hoje a favor de uma revelação que está ainda em processo. Esta ideia é adoptada por aqueles que estão contaminados de modernismo. Ninguém que crê na divina inspiração da Bíblia adoptará esta ideia. Devemos voltar a Cristo concernente à inspiração dos escritores apostólicos, o qual não nos dá nenhuma garantia em pretender que esta inspiração se estendeu além dos Apóstolos. Que ensinos, não contrários ao Novo Testamento, podem os crentes da revelação progressiva indicar como tendo sido revelados desde os tempos apostólicos? O Novo Testamento é manifestamente completo e final.

Autor: Thomas Paul Simmons, D.Th.Digitalização: Daniela Cristina Caetano Pereira dos Santos, 2004 Revisão: Charity D. Gardner e Calvin G Gardner, 05/04
Deus em Jesus Cristo o/a abençoe