17/01/2011

Antoine COURT

Nos mais negros dias da perseguição, numa aldeia de Vivarais, Velleneuve-de-Berg (França), pátria do huguenote Olivier de Serres, uma jovem senhora levou o seu filho primogénito com o propósito de o dedicar ao Senhor seu Deus, tal como Ana (1ª Sam. 1:25-28). Não havia templo, ela era uma humilde camponesa e, o lugar de culto era numa modesta casa que fazia frente com a rua de são João e são Lucas.
Este menino como Samuel foi criado nessa casa de culto e ai cresceu, aprendeu a ler a Bíblia, aí também, o Espírito Santo impressionou este menino a tornar-se pastor da Igreja Reformada. Ele foi o “Restaurador das Igrejas protestantes franceses”.
Antoine Court, era o seu nome, tornou-se um terrível incómodo para a Igreja tradicional e consequentemente iniciou-se a mais atroz perseguição para lhe roubar a vida. Ele e muitos dos fiéis abandonaram a aldeia de Vivarais e encontraram refúgio nas grutas das Cévennes.
“Por entre as trevas que baixaram à Terra durante o longo período da supremacia papal, a luz da verdade não poderia ficar inteiramente extinta. Em cada época houve testemunhas de Deus - homens que acalentavam fé em Cristo como único mediador entre Deus e o homem, que mantinham a Escritura Sagrada como a única regra de vida, e santificavam o verdadeiro sábado. Quanto o mundo deve a estes homens, a posteridade jamais saberá. Foram estigmatizados como hereges, impugnados os seus motivos, criticado o seu caráter, e suprimidos, difamados ou mutilados os seus escritos. No entanto, permaneceram firmes, e de século em século mantiveram a fé em sua pureza como sagrado legado às gerações vindouras.
A história do povo de Deus durante os séculos de trevas que se seguiram à supremacia de Roma, está escrita no Céu, mas pouco espaço ocupa nos registos humanos. Poucos traços de sua existência se podem encontrar, a não ser nas acusações de seus perseguidores. Foi tática de Roma obliterar todo vestígio de dissidência de suas doutrinas ou decretos. Tudo que fosse herético, quer pessoas quer escritos, procurava ela destruir. Expressões de dúvida ou questões quanto à autoridade dos dogmas papais eram suficientes para tirar a vida do rico ou pobre, elevado ou humilde. Roma se esforçava também por destruir todo registo de sua crueldade para com os que discordavam dela. Os concílios papais decretavam que livros ou escritos contendo relatos desta natureza deviam ser lançados às chamas. Antes da invenção da imprensa, os livros eram pouco numerosos, e de forma desfavorável à preservação; portanto, pouco havia a impedir que os romanistas levassem a efeito o seu desígnio.” O Grande Conflito, p. 61